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Só uma dose! Vacina da Johnson & Johnson divulga eficácia contra COVID-19

Por| 29 de Janeiro de 2021 às 18h20

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Karolina Kaboompics/Rawpixel
Karolina Kaboompics/Rawpixel

Para combater o novo coronavírus (SARS-CoV-2), mais uma farmacêutica anunciou os resultados da terceira e última fase dos estudos clínicos de uma vacina. Nesta sexta-feira (29), a Janssen — do grupo Johnson & Johnson —  informou que o seu imunizante contra a COVID-19, aplicado a partir de uma única dose, tem 66% de eficácia para prevenir contra casos moderados e graves da infecção.

De acordo com os estudos clínicos ainda não divulgados oficialmente, a taxa de proteção é estimada em 85%, quando são considerados apenas os casos graves da COVID-19, ou seja, quando a internação é necessária. Além disso, nenhuma pessoa imunizada morreu durante a pesquisa. No entanto, os dados sobre a prevenção de casos leves do coronavírus não foram compartilhados.

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Vale explicar que a taxa de eficácia representa, de forma ideal, a capacidade de uma vacina impedir uma infecção, como a do coronavírus. Quando a taxa para casos graves é de 85%, significa que uma pessoa vacinada tem 85% menos chances de desenvolver esse quadro da COVID-19, quando comparada com aquelas que não se vacinaram.

Johnson & Johnson e o Brasil

O imunizante da Johnson & Johnson teve parte dos estudos clínicos de Fase 3, onde milhares de voluntários são testados, no Brasil. Dessa forma, a farmacêutica poderá solicitar uma autorização de uso emergencial para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), caso deseje. Isso porque apenas imunizantes que foram testados no país têm direito a essa solicitação.

No entanto, as primeiras doses do imunizante contra a COVID-19 devem ser destinadas para os Estados Unidos. O governo dos EUA já fechou um contrato para a compra de 100 milhões de doses da vacina, com previsão de entrega até junho deste ano. Por outro lado, a Johnson & Johnson espera produzir até um bilhão de doses em todo o mundo até o final deste ano. Além disso, há meses fábricas da empresa já trabalham na produção da vacina, antes mesmo de qualquer autorização de uso.

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Na próxima semana, a expectativa é que a Johnson & Johnson solicite uma autorização de uso emergencial da vacina para a Food and Drug Administration (FDA), nos EUA. Caso o cronograma siga conforme o esperado, as primeiras doses já poderão ser distribuídas para os norte-americanos no final de fevereiro.

Segundo o imunologista Anthony Fauci, assessor do governo americano para a atual crise sanitária, o imunizante da Johnson & Johnson será muito útil contra a pandemia da COVID-19, já que imuniza a partir de uma única dose. "Se pudermos aliviar isso [o estresse do sistema de saúde], é muito importante — não apenas com esta candidata [a vacina], mas com as outras que já obtiveram [autorização] nos EUA", afirmou Fauci, nesta manhã de sexta-feira. "Se você puder prevenir doenças graves em uma alta porcentagem de indivíduos, isso aliviará muito o estresse, o sofrimento humano e as mortes", completou o médico.

Eficácia da vacina da Johnson & Johnson 

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Por enquanto, a farmacêutica ainda não divulgou a eficácia geral da vacina contra a COVID-19. Entre a taxa de eficácia para casos moderados e graves, ocorreu uma variação entre os estudos, sempre acima de 50%. Por exemplo, esta taxa foi de 72% nos EUA. Na América Latina, a média foi de 66%, enquanto na África do Sul foi calculada em 57%. Uma das explicações é que diferentes cepas do coronavírus já circulam pelo mundo e isso pode gerar diferentes respostas imunológicas da fórmula.

No caso sul-africano, 95% dos voluntários contaminados foram diagnosticados com a variante conhecida como B.1.351, originada naquele país. Pesquisadores estimam que essa cepa é mais contagiosa e carrega mutações que podem tornar o vírus menos suscetível à resposta imune de anticorpos. Independente disso, o imunizante conseguiu gerar uma resposta imunológica satisfatória contra a COVID-19.

Focando apenas na proteção contra formas graves da doença, a taxa foi de 85%. Segundo a empresa, estes resultados são baseados em uma análise de mais de 44 mil participantes espalhados em oito países, com 468 casos totais da COVID-19 divididos entre aqueles que receberam a vacina ou placebo. Após a imunização, os pesquisadores identificaram que a proteção começou 14 dias depois.

Como funciona a vacina?

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A vacina da Johnson & Johnson contra a COVID-19 adota um vírus comum do resfriado —  um adenovírus — que foi enfraquecido. A partir de sua edição genética, esse agente infecioso enfraquecido poderá transportar instruções genéticas para o corpo e isso desencadeia uma resposta imunológica contra o coronavírus, a partir de uma única dose. As outras vacinas já disponíveis demandam duas doses obrigatoriamente.

Diferente das vacinas que já estão disponíveis nos EUA, como a da Pfizer-BioNTech e a da Moderna, com cerca de 95% eficácia geral contra a COVID-19, este novo imunizante também será importante para o combate da infecção, mesmo com uma eficácia menor. Além disso, pesquisadores alertam para o risco em se comparar eficácia de imunizantes e sugerir uma melhor opção, considerando apenas essa variante

Uma vantagem da vacina da Johnson & Johnson é que ela poderá ser armazenada em geladeiras comuns, em temperaturas que variam entre 2 ºC a 8 ºC, o que permitirá uma distribuição simplificada da fórmula e o seu maior alcance nos países em que for adotada. Em comparação, a vacina da Pfizer-BioNTech deve ser armazenada em freezers com -70 ºC, o que é considerado um agravante para a distribuição e que representa uma queda na sua taxa de efetividade.

Fonte: CNN