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Sinais de Alzheimer podem estar na forma como conversamos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 01 de Julho de 2024 às 15h37

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SHVETS production/Pexels
SHVETS production/Pexels

Nos Estados Unidos, pesquisadores da Universidade de Boston (BU) desenvolveram uma nova forma de detectar sinais precoces da doença de Alzheimer a partir da forma como uma pessoa conversa. O possível diagnóstico deste tipo de demência é feito com um algoritmo de Inteligência Artificial (IA)

A ferramenta de diagnóstico do Alzheimer, em fase de validação, não analisa características óbvias da fala, como a velocidade. O foco é o conteúdo e maneira como uma pessoa conversa, incluindo as palavras escolhidas e como elas são usadas (estruturadas) nas frases. 

Publicado na revista Alzheimer's & Dementia, o estudo revela que a IA alcançou uma taxa de precisão de 78,5% em identificar o risco de uma pessoa desenvolver Alzheimer ou não em um intervalo de seis anos. 

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Entretanto, a ferramenta só foi testada em pessoas que já têm comprometimento cognitivo leve (MCI), com probabilidade de piora ou de estabilidade. Isso significa que indivíduos sem indicativos não estão aptos a usarem a IA.

Sinais do Alzheimer na fala

No estudo, os pesquisadores tinham como base 166 gravações de pessoas, entre 63 e 97 anos, com comprometimento cognitivo leve da memória. Após seis anos dessa entrevista, 90 desenvolveram quadros de demência, como Alzheimer, enquanto outros 76 permaneceram estáveis. 

Através do aprendizado de máquina, os cientistas norte-americanos treinaram o modelo para detectar conexões entre a fala e a progressão da doença nesses pacientes “iniciais”. Fatores como idade e sexo também foram considerados.

Em seguida, a ferramenta de IA foi usada para avaliar o risco de Alzheimer em um novo grupo de voluntários. Na verdade, o que os autores obtiveram está mais próximo de uma pontuação preditiva, na qual os indivíduos com maior pontuação têm maiores riscos. 

“Você pode pensar na pontuação como uma probabilidade. A probabilidade de que alguém permanecerá estável ou evoluíra para um quadro de demência [nos próximos anos]”, explica Ioannis Paschalidis, professor de Ciências da Computação e Engenharia na BU e autor do estudo, em nota. 

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Um dos pontos interessantes do estudo é que as gravações são de baixa qualidade e estão cheias de ruído de fundo, mas, independentemente disso, podem ajudar na identificação de pacientes de risco.

Uso da IA no diagnóstico

O próximo passo da equipe é adaptar essa nova ferramenta de IA para que seja viável usá-la através de um aplicativo de celular, disponível para pacientes com risco elevado para o Alzheimer. 

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“Se você puder prever o que vai acontecer, terá mais oportunidade e janela de tempo para intervir com medicamentos e, pelo menos, tentar manter a estabilidade da condição e prevenir a transição para formas mais graves de demência”, pontua o professor Paschalidis.

Esta não é a primeira vez que cientistas usam a IA para buscar formas de diagnosticar o Alzheimer. Anteriormente, outra pesquisa analisou padrões de uso da glicose nos cérebros de pacientes que, potencialmente, podem ter demência. A técnica também está em fase de validação.

Fonte:  Alzheimer's & Dementia, Universidade de Boston