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Seu filho não gosta de brócolis? A culpa é do microbioma

Por| Editado por Luciana Zaramela | 27 de Setembro de 2021 às 17h30

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8photo/Freepik
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Muitas crianças ainda torcem o nariz para vegetais, principalmente aqueles da família Brassicaceae, como brócolis, couve-flor e couve-de-bruxelas. Agora, uma pesquisa sugere que o motivo de isso acontecer é científico, pois o microbioma oral destes indivíduos, basicamente, está programado para odiar esses alimentos.

O estudo diz que foram encontradas relações negativas entre o gosto das crianças por couve-flor crua, enquanto nos testes com adultos até aconteceu o mesmo, mas não de forma significativa como foi com os pequenos. Sendo assim, é possível que uma criança que detesta esse tipo de legume passe a gostar quando se tornar adulto.

Os pesquisadores explicam que todo esse processo acontece por causa de algo chamado sulfóxido de S-metil-ʟ-cisteína, um substrato único que está presente nos vegetais da família Brassicaceae e que produz o odor ativo de enxofre quando algumas pessoas os consomem. Se uma pessoa tiver os níveis corretos de certas bactérias em seu microbioma oral, segundo o estudo, isso afeta o desenvolvimento do odor dos vegetais na boca, tornando-os saborosos. Com os níveis "errados", então, eles ficam com gosto ruim.

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Para chegar nessas respostas, os pesquisadores usaram uma técnica que identifica os principais compostos de cheiro em couve-flor e brócolis crus e cozidos ao vapor, e esses odores foram apresentados aos participantes do estudo: 98 pares de pais e filhos, as crianças com idades entre seis a oito anos. Eles precisaram sentir esses cheiros, descritos pelos cientistas como "podres, sulfurosos e pútridos". 

Na sequência, a equipe misturou amostras de saliva dos participantes com pó de couve-flor crua, analisando então os compostos voláteis que foram produzidos com o tempo. Os níveis variavam amplamente entre os voluntários, mas eram parecidos entre as crianças e seus respectivos pais. As crianças com níveis maiores de compostos voláteis de enxofre eram as que mais não gostavam dos vegetais, mas o mesmo não aconteceu com os adultos. Sendo assim, mesmo que as crianças tenham níveis menores que os adultos, elas foram as que mais sentem nojo do brócolis, e isso pode acabar mudando quando se tornarem mais velhas.

Você pode conferir o estudo neste link.

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Fonte: IFL Science