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Sem açúcar | Adoçante popular é associado a elevação do risco de AVC

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

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Mathilde Langevin/Unsplash
Mathilde Langevin/Unsplash

Um estudo publicado no último mês de junho no periódico Journal of Applied Physiology revelou que o eritritol, um dos adoçantes mais populares em produtos “zero açúcar”, pode causar danos às células que compõem a barreira hematoencefálica, a estrutura que protege o cérebro contra substâncias nocivas. Os resultados reforçam evidências anteriores que ligam o eritritol a um aumento no risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.

No estudo, os cientistas cultivaram células da barreira hematoencefálica humana em laboratório e as expuseram a uma dose de eritritol equivalente à encontrada no sangue após o consumo de um pote de sorvete diet. Em apenas três horas, as células começaram a apresentar sinais preocupantes, como estresse oxidativo, queda na produção de óxido nítrico (substância que ajuda a dilatar os vasos sanguíneos) e aumento da endotelina-1, que contrai os vasos, reduzindo o fluxo sanguíneo.

Embora o estudo tenha sido feito em células isoladas e não em organismos vivos, ele reforça achados de pesquisas anteriores, incluindo uma publicação de 2023 na revista Nature Medicine, que observou que pessoas com altos níveis de eritritol no sangue tinham até o dobro do risco de sofrer eventos cardiovasculares graves.

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Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já desaconselhou o uso prolongado de adoçantes como parte de uma estratégia para controle de peso, indicando que eles podem aumentar o risco de diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.

O que isso significa para o consumidor?

Apesar de o eritritol ser considerado seguro por agências reguladoras como a FDA (EUA), os novos dados levantam dúvidas sobre seu uso contínuo e em grandes quantidades.

Se você consome produtos adoçados com eritritol regularmente, as recomendações envolvem checar os rótulos em busca de “eritritol”, “adoçado com eritritol” ou “E968” e reduzir a frequência do consumo, especialmente se você tem histórico de doenças cardiovasculares. Buscar alternativas naturais, como frutas in natura ou adoçantes menos processados, também pode ser uma ideia válida.

Produtos com eritritol

O eritritol é um tipo de álcool de açúcar, classificado como adoçante natural, encontrado naturalmente em frutas como uvas e produzido em pequenas quantidades pelo próprio corpo humano. Comercialmente, ele é fabricado a partir da fermentação do milho e tem sido amplamente usado por seu sabor semelhante ao do açúcar, sem calorias e com baixo impacto glicêmico. Os principais produtos incluem:

  • Refrigerantes “zero açúcar”
  • Bebidas isotônicas e funcionais sem açúcar
  • Energéticos sem adição de açúcar
  • Águas saborizadas com rótulo “zero” ou “sem calorias”
  • Chás gelados adoçados artificialmente
  • Adoçantes em pó vendidos em sachês ou potes (uso doméstico)
  • Barrinhas de proteína com apelo “fit” ou “zero açúcar”
  • Snacks proteicos e low carb (cookies, bolinhos, chips proteicos)
  • Doces e balas diet ou sem açúcar
  • Gomas de mascar “sem açúcar”
  • Geleias e cremes de frutas diet
  • Chocolates sem açúcar ou dietéticos
  • Sobremesas industrializadas com apelo “low carb” (mousses, pudins, sorvetes)
  • Misturas prontas para bolos, panquecas e pães com rótulo “low carb”
  • Produtos para dietas cetogênicas ou restritas em carboidratos
  • Granolas e cereais sem açúcar adicionados
  • Pastas de amendoim ou cremes de oleaginosas com adoçantes
  • Leites vegetais com sabores adoçados artificialmente
  • Produtos veganos com rótulo “zero açúcar” ou “sem adoçantes artificiais”
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Por sua versatilidade e sabor mais suave que o de outros adoçantes como sucralose e aspartame, o eritritol se tornou uma opção popular tanto na indústria alimentícia quanto entre consumidores preocupados com o açúcar. Enquanto os estudos seguem em andamento, este é um momento importante para repensar a ideia de que todo substituto do açúcar é automaticamente saudável. 

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Fonte: Live Science