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OMS deixa de recomendar adoçantes para dietas de controle de peso

Por| Editado por Luciana Zaramela | 15 de Maio de 2023 às 17h49

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Fidel Forato/Canaltech
Fidel Forato/Canaltech

Na segunda-feira (15), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou uma nova diretriz sobre o uso de adoçantes sem açúcar (NSS), como sucralose, aspartame e estévia. Este tipo de produto não é mais aconselhado para pessoas que buscam perder peso e nem para aquelas que usam o adoçante como forma de reduzir o risco de doenças não transmissíveis, como o diaebtes. No momento, o uso segue recomendado apenas para pacientes já diabéticos.

Hoje, a alta ingestão de açúcares é um dos fatores associados ao aumento da incidência de sobrepeso e obesidade na população mundial — em 2035, cerca de 51% dos humanos estará acima do peso. Neste ponto, muitas pessoas usam os adoçantes como estratégia para controlar o peso, mas este não parece mais ser o melhor caminho.

Mudanças nas orientações da OMS sobre o uso de adoçantes

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A nova diretriz sobre o uso de adoçantes sem açúcar foi anunciada, após uma ampla revisão das evidências disponíveis sobre o uso desse tipo de produto. No atual entendimento da OMS, essa alternativa não oferece benefício a longo prazo na redução da gordura corporal em adultos ou crianças.

Por outro lado, os especialistas da OMS relataram a existência de efeitos potencialmente indesejados com o uso prolongado de adoçantes sem açúcar, “como um risco aumentado de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e mortalidade em adultos", afirma a OMS, em nota.

Aqui, cabe pontuar que os adoçantes continuam recomendados para pessoas com diabetes, onde os benefícios são observáveis.

Quais adoçantes a OMS deixa de recomendar para controle de peso?

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De forma geral, a diretriz da OMS se aplica aos adoçantes que são comercializados individualmente — por exemplo, aqueles usados para adoçar cafés e sucos — e também naqueles já incluídos em produtos processados. No entanto, a organização emite apenas considerações, sendo que estas podem ser (ou não) aceitas pelos países e incorporadas nacionalmente.

Conforme destaca OMS, os adoçantes que deixam de ser recomendados para dietas de controle de peso são:

  • Acesulfame K;
  • Aspartame;
  • Advantame;
  • Ciclamatos;
  • Neotame;
  • Sacarina;
  • Sucralose;
  • Estévia e os seus derivados.
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Quais adoçantes podem ser consumidos, segundo a OMS?

Mesmo que seja bastante ampla, a limitação de uso sugerida pela OMS não se aplica ao açúcar de baixa caloria e nem ao álcool de açúcar, conhecidos por Polióis. São os casos do eritritol e do xilitol, já que não entram na mesma classificação de NSS.

“A medida [da OMS] exclui o eritritol e xilitol por se tratarem de adoçantes naturais", explica Edvânia Soares, nutricionista da Estima Nutrição e especialista em nutrição esportiva, para o Canaltech. Ainda assim, Soares afirma que "o ideal é que o consumo de açúcar no geral seja controlado, mesmo que venha de fontes naturais”.

Como evitar o uso de adoçantes na alimentação?

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Como substituir o açúcar por adoçantes sem açúcar não ajuda no controle de peso a longo prazo, Francesco Branca, diretor de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, explica que o melhor caminho é reduzir o consumo mesmo. Isso pode ser feito através de mudanças na alimentação e na substituição de doces por alimentos com açúcares naturais, como frutas e mel. Outra estratégia é treinar o paladar para alimentos e bebidas menos adocicadas.

“Pensando em uma dieta nutricionalmente adequada, o ideal é que o consumo de açúcar seja reduzido e quando utilizado, venha de fontes naturais, como o açúcar mascavo ou demerara, e com o mínimo de adição possível”, afirma a nutricionista Soares. Dessa forma, o indivíduo irá reduzir o risco de surgimento de novas doenças e do excesso de peso, além de melhorar a qualidade nutricional de sua alimentação.

Resposta ao posicionamento da OMS

Em nota, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad) se posicionou de forma contrária a essa nova diretriz da OMS sobre o uso de adoçantes sem açúcar, questionando os estudos usados para embasar a decisão.

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Segundo a entidade, “a segurança do consumo de adoçantes para a saúde é consistentemente confirmada por diversas autoridades reguladoras em todo o mundo”, incluindo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil.

Além disso, a Abiad pontua: “É fundamental enfatizar que os adoçantes desempenham um papel importante no auxílio a certas condições de saúde, incluindo as dentárias e obesidade”.

Fonte: OMS (1) e (2)