Saúde deve pedir liberação de autoteste de covid para Anvisa
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 11 de Janeiro de 2022 às 12h30
O Ministério da Saúde deve solicitar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a liberação para o uso de autotestes para identificação da covid-19 no Brasil. A previsão é que o pedido deva ser feito ainda nesta semana. Para enfrentar a pandemia do coronavírus SARS-CoV-2, outros países já autorizam o uso desses exames, como os Estados Unidos.
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No momento, a venda do autoteste — que é um exame de antígeno — não está liberada no Brasil. Isso significa que uma pessoa comum não pode comprar um teste em uma farmácia, realizar a coleta da própria amostra e analisar o resultado do teste. Caso aprovada, a medida poderia facilitar, principalmente, a triagem de novos casos da covid-19.
Riscos dos autotestes
Por outro lado, algumas questões ainda devem ser discutidas. Durante o processo de fazer o exame, o paciente que não tem nenhuma formação na área de saúde pode errar a interpretação do resultado ou ainda contaminar outras pessoas com uma amostra potencialmente positiva da covid-19. Por isso, a questão levanta discussões sobre a sua validade.
Segundo nota da Anvisa, divulgada na última sexta-feira (7), "os produtos para autoteste são para o acompanhamento das condições de uma doença ou detecção de condições específicas, com a intenção de auxiliar o paciente, porém não são conclusivos para o diagnóstico, podendo ser realizados por leigos".
Em outras palavras, os exames devem ser apenas um aliado no enfrentamento da covid-19, mas não deverão ser o único meio de diagnóstico. Afinal, a precisão desses testes é menor que a do RT-PCR, o exame considerado padrão-ouro na pandemia.
Anvisa e os autotestes da covid
Na mesma nota, a Anvisa esclareceu que as regras atuais só permitem “o registro de autoteste de doenças infectocontagiosas passíveis de notificação compulsória, como a covid-19, caso haja uma política de saúde pública e estratégia de ação estabelecida pelo Ministério da Saúde”.
“Para a adoção de uma eventual política pública que possibilite o uso de autoteste para covid-19, é fundamental considerar os fatores humanos e a usabilidade do produto, medidas de segurança do produto, limitações, advertências, cuidados quanto ao armazenamento, condições ambientais no local que será utilizado, intervalo de leitura, dentre outros aspectos”, completa a Anvisa.