Após ter covid-19, quanto tempo devo esperar para tomar o reforço da vacina?
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 10 de Janeiro de 2022 às 14h45
Após diagnóstico positivo para a covid-19, a pessoa deve aguardar pelo menos 4 semanas para receber o reforço ou a segunda dose da vacina, conforme orienta o Ministério da Saúde. A informação é importante, já que, nas últimas semanas, casos da infecção voltaram a subir no Brasil, de acordo com levantamento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde.
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A variante Ômicron (B.1.1.529) — considerada mais transmissível do que as outras cepas — e o relaxamento das medidas de proteção são as principais justificativas para o aumento de casos da covid-19 no Brasil. Vale lembrar que imunizantes são desenvolvidos para reduzir os riscos graves de infecções e óbitos pela covid-19, mas não impendem, com 100% de eficácia, novos casos da covid-19.
Reforço da vacina pós-covid
Para uma pessoa tomar a dose de reforço no Brasil, além de ter mais de 18 anos, é necessário que ela tenha recebido a segunda dose do imunizante da Pfizer/BioNTech, da Coronavac ou da AstraZeneca/Oxford há pelo menos 4 meses.
Já quem tomou a vacina da Janssen (Johnson & Johnson), o recomendado é receber, com intervalo de dois meses, a dose adicional do mesmo imunizante. Na ausência, é possível tomar como segunda dose a vacina da Pfizer.
Agora, quem foi recentemente infectado pelo coronavírus, deverá aguardar um tempo maior para receber a dose de reforço do imunizante contra a covid-19. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, a vacinação deverá ser adiada pelo período mínimo de 4 semanas em caso de suspeita ou confirmação do quadro.
- Caso de suspeita do coronavírus: o tempo poderá ser reduzido, caso seja possível identificar o correto diagnóstico da doença, como um caso de gripe (influenza). Nessas circunstâncias, a pessoa poderá receber o reforço, normalmente, após os quatro meses da última dose;
- Caso confirmados da covid-19: a pessoa "deve aguardar melhora completa do quadro, respeitando o intervalo mínimo de 4 semanas desde o início dos sintomas", segundo a secretaria. Para iniciar a contagem, é possível considerar a data da coleta da amostra positiva no teste de PCR.
Ambas as recomendações de intervalo de tempo valem também para os pacientes que buscam receber a primeira ou a segunda dose da vacina contra a covid-19.
Tomei antes do tempo. Há riscos?
O intervalo de 4 semanas é o recomendado, já que a infecção do coronavírus deve sobrecarregar o sistema imune do paciente e anticorpos já serão produzidos, naturalmente, contra a doença. Nessas circunstâncias, a vacina pode não desencadear o efeito desejado e, segundo os estudos clínicos, os benefícios da fórmula são para prevenção, sem efeito de Profilaxia Pós-Exposição (PEP).
No entanto, "é improvável que a vacinação de indivíduos infectados (em período de incubação) ou assintomáticos tenha um efeito prejudicial sobre a doença", destaca o Ministério da Saúde, no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19.
"Como a piora clínica [da covid-19] pode ocorrer até duas semanas após a infecção, idealmente a vacinação deve ser adiada até a recuperação clínica total e pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas ou quatro semanas a partir da primeira amostra de PCR positiva em pessoas assintomáticas", completa a Saúde.
Fonte: Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação, Conass e Prefeitura de SP