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Sarampo cresceu 80% em 2022, e mais doenças podem aparecer, dizem especialistas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Abril de 2022 às 15h10

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twenty20photos/envato
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Informações da Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da UNICEF alertam para o crescimento do sarampo, cujos casos já cresceram em 80% no mundo todo este ano, e pode indicar surtos de outras doenças infecciosas em um futuro próximo.

A pandemia do novo coronavírus acabou interrompendo as campanhas de vacinação de outras doenças que não fossem a covid-19, dando abertura a doenças como o sarampo — 17.300 casos foram reportados globalmente entre janeiro e fevereiro do ano passado, e 21 surtos disruptivos da doença ocorreram nos últimos 12 meses, a maioria na África e leste do Mediterrâneo.

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Na cauda do sarampo

Segundo especialistas, o sarampo é a doença prevenível por vacinas mais contagiosa do mundo. É o "canário da mina de carvão", o primeiro sinal de fraqueza a ser mostrado quando o nosso sistema de imunização começa a falhar. O retorno da doença, então, é um indicativo de que outras estão vindo. É provável, por exemplo, que a febre amarela venha em seguida, já que reportes de casos têm aumentado no oeste africano.

A preocupação das organizações de saúde é grande, principalmente, em relação aos países mais frágeis, onde os sistemas de saúde já sofrem para lidar com os impactos da pandemia de covid. A Somália é o país que mais reportou casos nos últimos 12 meses, com mais de 9.000, seguida pelo Iêmen, Afeganistão, Nigéria e Etiópia, segundo dados da ONU. A invasão russa da Ucrânia também causa preocupação, pois piora as condições de saúde do país, que já tinha as taxas mais altas de sarampo na Europa entre 2017 e 2019.

Mais de 23 milhões de crianças não seguiram os calendários de vacinação em 2020, o maior número em mais de uma década. As agências da ONU reportam que 57 campanhas de vacinação em 43 países adiadas no início da pandemia não foram retomadas, afetando cerca de 203 milhões de pessoas, a maioria infantes.

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Instalações de saúde e seus funcionários continuam tendo sua atenção a doenças sérias e longevas desviada pela covid. Tedros Adhanom Ghebreyesus, chefe da OMS, alertou que o impacto dessas disrupções nos sistemas de imunização será sentido por décadas. Segundo ele, é hora de voltar aos programas de imunização e fazer campanhas para cobrir vacinações perdidas, providenciando o acesso a imunizantes a toda a população.

O sarampo, em particular, é uma doença causada por vírus e que ataca principalmente crianças. Entre as complicações mais sérias, estão cegueira, inchaço do cérebro, diarreia e infecções respiratórias severas. A melhor forma de prevenir a transmissão do sarampo envolve a vacinação de pelo menos 95% da população, e atualmente vários países não atingem essa taxa — a Somália, por exemplo, é apenas 46% imunizada, segundo a ONU.

Fonte: Organização Mundial da Saúde