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Brasil encara retorno do sarampo, enquanto cobertura vacinal cai

Por| Editado por Luciana Zaramela | 13 de Abril de 2022 às 18h20

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CDC
CDC

O Brasil confirmava 13 casos oficialmente diagnosticados de sarampo até o final de março, além de outros 100 suspeitos. Nesta semana, o governo de São Paulo anunciou o segundo caso da infecção, causada pelo Measles morbillivirus. Em paralelo, a taxa de vacinação contra a doença — que pode ser fatal, principalmente em crianças — está em queda em todo o país.

Na luta contra o sarampo, o país chegou a receber o certificado de erradicação da doença em 2016, mas casos voltaram a aparecer a partir de 2018. No ano passado, duas mortes foram causadas pelo sarampo, ambas no estado do Amapá. As vítimas eram dois bebês, de 4 e 7 meses, que não estavam imunizados.

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Escalada de casos da doença

Após receber o certificado de erradicação do sarampo, o Brasil passou o ano de 2017 sem registrar nenhum caso da doença. No entanto, em 2018, as autoridades de saúde enfrentaram um surto da infecção, com 10,3 mil ocorrências. Em 2019, mais 20,9 mil casos foram registrados.

Com a pandemia da covid-19, os casos oficialmente diagnosticados caíram. Em 2020, foram 8,8 mil diagnósticos, segundo o Ministério da Saúde. Em 2021, apenas 668. Agora, é necessário observar qual será a tendência deste ano.

Sarampo é altamente contagioso

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Com a volta da doença, pediatras precisam se atentar aos sinais e devem reconsiderar a doença como um possível quadro. Para o G1, Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, comenta que formou "várias gerações de médicos" que nunca haviam visto sequer um caso de sarampo.

Além do diagnóstico, outro desafio é o fato da doença ser altamente contagiosa. "A taxa de transmissibilidade do sarampo é entre 12 e 18. Isso significa dizer que, para cada caso da doença, você provavelmente terá outros 12 a 18 casos de pessoas infectadas caso isso ocorra em uma população suscetível. É um número substancialmente maior que a taxa de transmissibilidade da covid-19 em qualquer uma de suas versões", explica Sáfadi.

Queda da vacinação em crianças

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Uma das justificativas para a volta de casos do sarampo é a queda nas taxas de imunização das crianças no Brasil. Atualmente, a vacina tríplice viral — que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola — é um dos principais imunizantes do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e sua distribuição é gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS).

Apesar disso, a campanha de vacinação registra taxas de cobertura insuficientes desde 2017. Naquele ano, o indicador foi de 86,2%. Em 2021, a cobertura caiu mais e chegou a 71,4%. "Esse decréscimo na vacinação vem contribuindo para o surgimento de novos surtos de sarampo", explica o Instituo Butantan, em nota sobre os desafios da imunização.

Além dos casos de sarampo, óbitos também são mais notificados. "É um absurdo, é inconcebível ter mortes em crianças por uma doença que é totalmente prevenida pela vacinação", ressalta Mônica Levi, presidente da Comissão de Revisão de Calendários de Vacinação da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), para a Folha de São Paulo.

Imunizante causa reação?

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Vale lembrar que as vacinas que imunizam contra o sarampo são seguras e estão em uso há anos no SUS. Conforme detalha a Saúde, "as vacinas tríplices viral e tetraviral, em geral, causam pouca reação. Os eventos adversos mais observados são febre, dor e rubor no local da administração e exantema. As reações de hipersensibilidade são raras".

Conheça os sintomas da doença

Para identificar um possível caso de sarampo, a Saúde explica que os principais sintomas são:

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  • Febre acompanhada de tosse;
  • Irritação nos olhos;
  • Nariz escorrendo ou entupido;
  • Mal-estar intenso.

Além dos primeiros sintomas, o paciente pode apresentar manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, se espalham pelo corpo. Estas tendem a aparecer entre o terceiro e quinto dia da infecção.

"Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de 5 anos", avisa a Saúde.

Complicações da infecção

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Em crianças, o sarampo pode causar inúmeras complicações, como infecções de ouvido, encefalite aguda ou pneumonia. Esta última é a causa mais comum de morte por sarampo em crianças pequenas. Em adultos, a principal complicação também é a pneumonia.

Além disso, a Saúde lembra que "mulher em idade fértil (10 a 49 anos), não vacinada antes da gravidez, pode apresentar parto prematuro e o bebê pode nascer com baixo peso", caso seja infectada pelo vírus.

Fonte: Ministério da Saúde, Instituto ButantanG1, Folha de São Paulo