Rússia começa a vacinar cães, gatos e visons contra COVID-19
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 27 de Maio de 2021 às 17h30
Enquanto muitos países buscam por vacinas contra a COVID-19 para imunizar os seus cidadãos, a Rússia já começou a vacinar animais contra o coronavírus SARS-CoV-2 em todo o seu território, segundo autoridades locais. Estão na lista da imunização cães, gatos, e visons, por exemplo.
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Em março deste ano, pesquisadores russos conseguiram o registro para o primeiro imunizante específico para animais do mundo contra a atual pandemia. Agora, diferentes regiões da Rússia imunizam os animais nas próprias clínicas veterinárias, afirmam fontes do Rosselkhoznadzor (Serviço Federal de Supervisão Veterinária e Fitossanitária).
"Clínicas veterinárias em várias regiões russas lançaram a vacinação de animais de estimação contra COVID-19. No dia anterior, os primeiros lotes da única vacina [veterinária antiCOVID] do mundo, Carnivac-Cov, desenvolvida por cientistas russos do Serviço Federal de Supervisão Veterinária e Fitossanitária, foram entregues a Cidades russas para evitar a propagação da doença entre os animais", afirmou a porta-voz Yulia Melano.
Como funciona a vacina
Atualmente, os cientistas entendem que não há evidências de que os animais desempenham um papel significativo na transmissão do coronavírus para os humanos, no entanto, infecções do agente infeccioso já foram confirmadas em várias espécies em todo o mundo, inclusive no Brasil.
Segundo estimativa dos responsáveis pela pesquisa da vacina contra a COVID-19 em animais, o período de imunidade após uma aplicação da Carnivac-Cov é de seis meses. De acordo com Yulia Melano, do Serviço Federal de Supervisão Veterinária e Fitossanitária, as clínicas veterinárias observam pedidos de vacinação de "criadores, donos de animais que viajam com frequência e também cidadãos cujos animais circulam livremente".
Além disso, as autoridades russas destacam que já há o interesse pelo imunizante em outros países pelo mundo, como Argentina, Coreia do Sul, Japão e membros da União Europeia.
Vale lembrar que, no ano passado, países onde a indústria de pele é forte, como a Dinamarca, relataram infecções do coronavírus em visons criados em cativeiro. Na época, o maior surto aconteceu na própria Dinamarca que abateu milhões destes animais.