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Remédio para diabetes tipo 2 reduz risco de demência

Por| Editado por Luciana Zaramela | 23 de Fevereiro de 2023 às 18h50

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Cientistas sul-coreanos descobriram que um remédio barato e bastante comum para o tratamento do diabetes tipo 2, a pioglitazona, pode reduzir o risco de demência em pacientes com a doença associada aos níveis de açúcar (glicose) no sangue. Até o momento, os benefícios da medicação não foram observados em outros públicos.

Para identificar os potenciais benefícios do remédio na proteção contra demência, os pesquisadores da Yonsei University, na Coreia do Sul, analisaram dados médicos de mais de 90 mil pessoas com diagnóstico para o diabetes tipo 2, que foram acompanhados, em média, por 10 anos. Ao ser incluído no estudo, nenhum voluntário apresentava níveis de declínio cognitivo. O estudo completo foi publicado na revista científica Neurology.

Vale destacar que o risco de pessoas com diabetes desenvolverem algum tipo de demência é consideravelmente maior que para a população geral. Segundo estudos anteriores, o risco é quase 50% maior. Neste contexto, novas estratégias de prevenção são necessárias, como pode, eventualmente, ser o uso do remédio pioglitazona.

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O que o estudo descobriu sobre o remédio para diabetes tipo 2 contra demência?

“Os resultados [do atual estudo] fornecem informações valiosas sobre quem poderia se beneficiar do uso de pioglitazona para a prevenção da demência”, afirma Eosu Kim, o principal autor do estudo e pesquisador da universidade sul-coreana, em comunicado.

A partir da análise de dados e da revisão de outros fatores que poderiam afetar o risco de demência (pressão alta, tabagismo e sedentarismo), os pesquisadores concluíram que a medicação é associada ao menor risco de declínio cognitivo em pessoas recém-diagnosticadas com o diabetes tipo 2 e que tenham histórico de Acidente Vascular Cerebral (AVC ou derrame) ou doença isquêmica do coração.

Em números, o uso da medicação foi associada com um risco 54% maior em pacientes com diabetes tipo 2 e doença isquêmica do coração. Em relação aos indivíduos com histórico anterior de AVC, o risco foi 43% menor em comparação com pessoas que não tomaram este medicamento.

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Descoberta pode ser encarada como estratégia de prevenção generalizada contra demência?

Hoje, os cientistas não consideram que o uso generalizado do medicamento por pessoas sem diabetes tipo 2 pode ser benéfico. “Em alguns estudos anteriores envolvendo pessoas com demência ou em risco de declínio cognitivo que não tinham diabetes, a pioglitazona não mostrou nenhuma proteção contra demência. Então, é provável que um fator crítico que afeta a eficácia seja a presença [e a evolução] do diabetes", afirma o pesquisador Kim.

Por outro lado, a descoberta pode ser uma benéfica estratégia de prevenção para pacientes diabéticos. “Como a demência se desenvolve por anos antes do diagnóstico, pode haver uma oportunidade de intervir antes que progrida”, completa Kim.

Fonte: Neurology e AAN