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Remédio corrige declínio cognitivo do Alzheimer em fase inicial

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Nesta sexta-feira (23), neurocientistas de Stanford deram mais um passo na direção de um tratamento para o Alzheimer — uma missão complexa, que tem atraído uma série de estudos. A nova pesquisa publicada na revista Science mostra que um  tipo de medicamento desenvolvido para tratar câncer pode corrigir o declínio cognitivo da doença em fase inicial.

Na ocasião, os pesquisadores perceberam que a doença tem relação com a interrupção do metabolismo cerebral por meio da via da quinurenina, que é afetada pela placa amiloide e pelas proteínas tau.

O estudo com roedores mostrou que medicamentos que bloqueiam essa via podem restaurar a função cognitiva melhorar o metabolismo cerebral.

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Ao bloquear uma enzima específica chamada indoleamina-2,3-dioxigenase 1 (IDO1), os autores do estudo conseguiram resgatar a memória e a função cerebral.

Ou seja: as descobertas sugerem que os inibidores de IDO1 atualmente sendo desenvolvidos como um tratamento para muitos tipos de câncer, incluindo melanoma, leucemia e câncer de mama, poderiam ser reaproveitados para tratar os estágios iniciais.

Correção do declínio cognitivo

No cérebro, a quinurenina regula a produção da molécula energética lactato, que nutre os neurônios e ajuda a manter sinapses saudáveis.

Os pesquisadores acreditaram que aumentos na IDO1 e na quinurenina desencadeados pelo acúmulo de proteínas amiloides e tau interromperiam o metabolismo cerebral saudável e levariam ao declínio cognitivo.

“A via da quinurenina é superativada em astrócitos, um tipo de célula crítica que sustenta metabolicamente os neurônios. Quando isso acontece, os astrócitos não conseguem produzir lactato suficiente como fonte de energia para os neurônios, e isso interrompe o metabolismo cerebral saudável e prejudica as sinapses”, diz o estudo.

Assim, bloquear a produção de quinurenina bloqueando o IDO1 restaura a capacidade dos astrócitos de nutrir os neurônios com lactato.

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Inibidores de IDO1

Nos testes com os medicamentos inibidores de IDO1, os roedores com Alzheimer tiveram que percorrer uma pista de obstáculos antes e depois da exposição à substância.

Os cientistas descobriram que os medicamentos melhoraram o metabolismo da glicose no hipocampo, corrigiram o desempenho astrocitário deficiente e melhoraram a memória espacial dos ratos.

Remédios para tratar Alzheimer

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Dia após dia, ficamos mais perto de remédios que possam ser considerados como aliados nessa batalha contra o Alzheimer. O medicamento Donanemab retarda o declínio cognitivo, por exemplo. A empresa farmacêutica Eli Lilly, responsável pela fórmula, já anunciou que  47% dos participantes que tomaram não apresentaram declínio ao longo de um ano, em comparação com 29% do grupo controle.

Nos EUA, o remédio lecanemab (Leqembi) já está aprovado contra o Alzheimer. A substância desenvolvida pelas farmacêuticas Biogen e Eisai retarda o avanço da doença.

Fonte: Science

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