Jogo brasileiro pode ajudar na recuperação de pacientes com Parkinson
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Cientistas da Universidade Federal de Uberlândia desenvolveram um jogo chamado RehaBEElitation, cuja premissa é ajudar no tratamento de pacientes com Parkinson. Na prática, ao jogar, esses pacientes realizam movimentos manuais característicos daqueles usados em tratamentos fisioterapêuticos.
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Para controlar abelhas 3D durante o jogo, os usuários fazem movimentos de abrir e fechar as mãos, flexão, extensão, adução, abdução e pinça com os dedos polegar e indicador, em diferentes fases e níveis.
Isso ajuda na recuperação porque o Parkinson pode afetar o movimento de uma pessoa, causando tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio e alterações na fala e na escrita, graças à degeneração das células cerebrais relacionadas à condução das correntes nervosas ao corpo.
A equipe primeiro realizou um questionário para saber sobre as principais necessidades dos pacientes, e só então chegou à conclusão de que o jogo seria destinado ao tratamento e estímulo dos membros superiores.
O projeto foi vencedor na 11ª edição do evento "Challenge Handicap & Technologie", em Metz (França), no último mês de maio. A categoria que acompanhou a vitória foi "Autonomia", que visa a promoção da autonomia das pessoas em situação de dependência.
Por enquanto, o RehaBEElitation ainda não está disponível para os pacientes, já que ainda está sendo trabalhado. No entanto, um próximo passo é incorporar a avaliação dos membros inferiores nas modalidades, para ajudar ainda mais na recuperação desses pacientes.
Parkinson causa perda de movimentos
Parkinson pode ser definido como um distúrbio cerebral que causa movimentos não intencionais ou incontroláveis. Os sintomas geralmente começam gradualmente, mas pioram com o tempo.
Conforme o Parkinson progride, o paciente tende a ter dificuldade em andar e falar, e ainda pode ter alterações mentais e comportamentais, como problemas de sono, depressão, dificuldades de memória. Embora a maioria dos pacientes desenvolva a doença após os 60 anos, cerca de 5% a 10% têm início antes dos 50 anos.
Para suprir a necessidade os pacientes, estudos já vêm sugerindo meios de detectar a doença. Pesquisadores chineses criaram um "nariz eletrônico" capaz de identificar Parkinson através do cheiro, por exemplo. Enquanto isso, uma equipe de cientistas norte-americanos que desenvolveu uma IA capaz de detectar a condição através da respiração.
Conforme alerta o Ministério da Saúde, não existe cura para a doença, porém, ela pode e deve ser tratada, não apenas combatendo os sintomas, como também retardando o seu progresso. "A grande barreira para se curar a doença está na própria genética humana, pois, no cérebro, ao contrário do restante do organismo, as células não se renovam. A grande arma da medicina para combater o Parkinson são os medicamentos e, em alguns casos, a cirurgia, além da fisioterapia e a terapia ocupacional", aponta a Pasta.
Fonte: UFU, Ministério da Saúde