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Reduzir sódio em alimentos processados pode poupar 1,1 bilhão de reais do SUS

Por| Editado por Luciana Zaramela | 30 de Setembro de 2021 às 14h30

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Kenishirotie/Envato Elements
Kenishirotie/Envato Elements

A saúde pública pode ser afetada por diferentes fatores — tanto internos, como a alimentação das pessoas de um país, quanto externos, como a covid-19 —, o que a torna uma questão bastante complexa. Nesse cenário, é importante avaliar, constantemente, estratégias. Segundo um grupo de pesquisadores brasileiros e britânicos, a redução do sódio, nutriente muito relacionado ao sal, em alimentos industrializados pode trazer uma economia bilionária para o Sistema Único de Saúde (SUS). 

Desenvolvida por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Universidade de Liverpool, no Reino Unido, o estudo analisou o possível impacto das metas de redução voluntária de sódio em alimentos processados e ultraprocessados para a saúde dos brasileiros. Foi considerado um cenário em que a orientação foi, completamente, adotada para a produção de alimentos no Brasil.

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De acordo com a pesquisa que será publicada na revista científica BMC Medicine, a adoção de políticas obrigatórias para redução de sódio em alimentos poderá diminuir, de forma muito significativa, casos de hipertensão e mortes. Em 20 anos, mais de 180 mil novos casos de hipertensão arterial e mais de 2 mil mortes por doenças cardiovasculares poderiam ser evitadas.

Em consequência, os custos do SUS seriam reduzidos. Pensando apenas em valores, cerca de 220 milhões de dólares (aproximadamente 1,1 bilhão de reais) poderiam ser poupados, caso medidas sejam aplicadas até 2032.

Entenda o estudo sobre o impacto do sódio na saúde pública

Para chegar a esses números, o estudo foi baseado nas reduções voluntárias em alimentos industrializados registradas em pesquisas nacionais de rotulagem de 2013 e 2017, em inquéritos nacionais de saúde e consumo alimentar e em dados de sistemas de informação em saúde do SUS. Vale destacar que o Brasil implementou metas voluntárias de redução de sódio com as indústrias de alimentos desde 2011.

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No caso brasileiro, o estudo é bastante relevante, já que o consumo nacional — e diário — de sódio é aproximadamente o dobro dos dois gramas recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “O consumo excessivo de sódio deve ser tratado como prioridade na agenda de saúde e a redução desse consumo tem impacto em todas as idades, independentemente de serem pessoas hipertensas ou não”, afirma Eduardo Nilson, responsável pela pesquisa e pesquisador da USP, para a Agência Bori.

No estudo, os autores pontuam que "o consumo excessivo de sódio é um dos principais fatores de risco dietético para doenças não transmissíveis, incluindo doenças cardiovasculares (DCV), mediadas pela hipertensão". Em outras palavras, o consumo do nutriente é um dos principais responsáveis por doenças cardíacas. 

Economia bilionária de recursos públicos

A análise também apontou que a redução de sódio traz benefícios para a administração pública, já que pode poupar mais de 1 bilhão de reais em custos em tratamento médico no Sistema Único de Saúde e outros de 70 milhões de dólares (cerca de 380 milhões de reais) em custos informais com as doenças pela população.

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“Mais casos de hipertensão e mortes podem ser evitados se o Brasil adotar políticas obrigatórias, e não apenas voluntárias, de redução de sódio em alimentos industrializados, envolvendo mais categorias e limites ainda menores. Além disso, considerando as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados e de sal de mesa também são medidas importantes para atingir as recomendações da OMS”, completou o cientista.

Fonte: Agência Bori