Quase metade dos casos de demência está associada a 14 fatores
Por Fidel Forato |

Conforme a população mundial envelhece, o número de casos de demência também aumenta em todo o mundo. Na contramão dessa tendência, uma equipe internacional de cientistas descobriu 14 fatores que reduzem o risco da condição neurodegenerativa, o que pode envolver até o uso de aparelhos auditivos em caso de perda de audição e a importância de manter o cérebro ativo.
Publicado na revista The Lancet, o estudo que apresenta as 14 formas de reduzir o risco de demência envolveu a participação de 27 especialistas no tema. Se as recomendações forem adotadas, é possível evitar quase metade (45%) dos casos esperados da condição.
"Há muito mais que pode e deve ser feito para reduzir o risco de demência”, afirma Gill Livingston, professora da University College London (UCL) e principal autora do estudo, em nota. “Nunca é muito cedo ou muito tarde para agir”, acrescenta.
14 fatores de risco para demência
A seguir, confira as 14 iniciativas que podem reduzir pela metade o risco de demência na velhice:
- Manter o corpo em movimento ao longo da vida, evitando o sedentarismo e praticando exercício físico;
- Evitar o isolamento social, mantendo contato físico ou virtual com familiares e amigos;
- Ter uma educação de boa qualidade na infância e se manter cognitivamente ativo na meia-idade (após os 40 anos);
- Uso de aparelhos auditivos, em caso de perda auditiva;
- Reduzir a exposição à poluição do ar, quando possível;
- Buscar evitar o diabetes tipo 2 e, em caso de diagnóstico, seguir o tratamento é indispensável;
- Evitar o tabagismo;
- Evitar o consumo excessivo de álcool (alcoolismo);
- Evitar a obesidade;
- Em caso de depressão, é preciso tratar a condição de forma eficaz;
- Usar capacetes e proteção para a cabeça em esportes de contato e em bicicletas, já que uma lesão cerebral pode ser problemática;
- Tratar casos de pressão alta (hipertensão);
- Tratar quadros de colesterol “ruim” (LDL) elevado;
- Em caso de necessidade, buscar tratamento para perda de visão.
Aumento global nos casos de demência
Entender quais fatores ou mudanças de estilo de vida podem reduzir o risco de demência é fundamental, ainda mais quando se considera a previsão de 153 milhões de casos globais em 2050. Em 2019, o número era quase três vezes menor (57 milhões de casos).
Segundo Livingston, essas 14 medidas “podem não apenas reduzir o risco de demência, mas também ajudam a retardar o início [da condição]. Então, se as pessoas desenvolverem o quadro, elas provavelmente viverão menos anos com ele. Isso tem enormes implicações na qualidade de vida dos indivíduos”, completa.
Fonte: The Lancet, UCL