Qual a diferença entre lado esquerdo e lado direito do cérebro?
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 22 de Setembro de 2022 às 12h20
É possível que você já tenha ouvido falar das diferenças entre o lado esquerdo e o lado direito do cérebro. O que se supõe, é que quando o lado direito do cérebro é dominante, a pessoa é mais criativa e artística, enquanto o lado esquerdo torna uma pessoa analítica e voltada para a matemática. Mas será que isso realmente existe?
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É verdade que diferentes regiões do cérebro mostram especialização para tarefas específicas, como linguagem ou processamento visual, mas não há evidências de que as pessoas tenham um hemisfério dominante ou que a especialização do hemisfério esteja ligada à personalidade.
Acontece que os dois hemisférios do cérebro estão conectados por um feixe de fibras nervosas chamado corpo caloso, permitindo que se comuniquem e trabalhem juntos. Isso torna difícil para os cientistas estudar um hemisfério isoladamente.
Lado lógico vs lado artístico?
Grande parte de nossa compreensão das diferenças funcionais entre os hemisférios vem do estudo de pacientes com AVC e daqueles que receberam tratamento para epilepsia grave.
Através desses estudos, foi possível compreender que os principais centros de linguagem do cérebro geralmente estão localizados no hemisfério esquerdo, e que cada hemisfério é responsável pelas funções motoras do lado oposto do corpo. Essas diferenças reais podem ser a origem do mito do lado esquerdo do cérebro. No entanto, atividades como matemática ou arte são tão complexas que exigem contribuições de ambos os hemisférios.
Vale lembrar que existem casos em que a pessoa perdeu parte do cérebro e continuou levando uma vida normal: uma mulher não-identificada perdeu o lobo temporal esquerdo, parte do cérebro envolvida no processamento da linguagem. A análise permitiu compreender que o córtex frontal esquerdo é perfeitamente capaz de suportar funções cognitivas de alto nível, e na ausência do lobo temporal esquerdo.
Em outro caso, o operário carioca Eduardo Leite passou a ajudar cientistas na compreensão de lesões cerebrais, depois de perder 11% do cérebro e sobreviver para contar a história.
Fonte: Science Focus