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Prótese neural ajuda cérebro a resgatar memórias específicas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 20 de Fevereiro de 2024 às 12h47

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 Tima Miroshnichenko/Pexels
Tima Miroshnichenko/Pexels

No último dia 8, um artigo publicado no periódico Frontiers in Computational Neuroscience revelou uma prótese neural capaz de ajudar o cérebro a resgatar memórias específicas. Os experimentos feitos por cientistas da Wake Forest University (WFU) e pela University of Southern California (USC) tiveram a participação de 14 adultos com epilepsia, que receberam eletrodos cerebrais.

Nesse novo estudo, o grupo observou a atividade cerebral para tentar descobrir quais padrões se alinham com a memória de imagens específicas. Os envolvidos participaram de um teste de memória visual, e os padrões de atividades foram vinculados à memorização de imagens de animais, edifícios, plantas, ferramentas e veículos.

Os pesquisadores contam, em comunicado, que quando esses mesmos “códigos” neurais foram alimentados artificialmente no hipocampo — região cerebral com papel na formação, organização e armazenamento de novas memórias — os participantes do estudo tiveram um desempenho melhor em combinar imagens que foram vistas antes.

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Quando os autores do estudo estimularam os dois hemisférios do cérebro e se concentraram apenas nos participantes com problemas de memória, alcançaram uma precisão de 38%.

"Não apenas destacamos uma técnica inovadora de neuroestimulação para melhorar a memória, mas também demonstramos que estimular a memória não se limita apenas a uma abordagem geral, e também pode ser aplicado a informações específicas que são críticas para uma pessoa”, afirmam os pesquisadores.

Por que trazer memórias?

Mas qual seria a importância de criar um método capaz de trazer memórias de volta? Segundo o próprio time de especialistas, a ideia é "criar uma intervenção que possa restaurar a função da memória perdida devido a Alzheimer, acidente vascular cerebral ou traumatismo cranioencefálico”.

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O objetivo ganha ainda mais fôlego com a descoberta de que a eficácia foi mais notável no público  com problemas de memória.

A esperança envolve a prótese neural ser refinada para ajudar as pessoas a viverem de forma independente, ajudando-as a recordar informações críticas, como se já tomou o remédio ou não.

Só que é uma ideia ainda em seus primeiros passos. O próprio grupo reconhece que são necessárias mais pesquisas no futuro. Ainda assim, há empolgação: "Sabemos que a estimulação tem o potencial de ser usada para modificar significativamente a memória”.

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Como lembramos e esquecemos das coisas?

O neurologista Andrew Budson e a neurocientista Elizabeth Kensinger explicam por que esquecemos das coisas ou por que nos lembramos. Leva-se em consideração que a memória tem três fases diferentes que devem acontecer para que tenhamos acesso ao conteúdo passado.

  • Primeira: colocar as informações na memória, um processo conhecido como codificação.
  • Segunda: manter essas informações por perto, armazenamento ou consolidação.
  • Terceira: ser capaz de lembrar dessas informações no momento em que precisar delas.

Em entrevista ao jornal The Harvard Gazette, os especialistas apontam que "as falhas de memória podem refletir erros em qualquer um desses diferentes estágios" e que "um dos momentos mais comuns em que surgem erros é na fase inicial de codificação, onde muitas vezes o que acontece é que simplesmente não estamos dedicando esforço suficiente ou prestando atenção suficiente".

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Felizmente, a cada dia que passa, a tecnologia se concentra em fornecer soluções para ajudar o cérebro a resgatar memórias, como no caso da prótese neural desenvolvida pelo grupo da WFU e da USC.

Fonte: Frontiers in Computational Neuroscience, Wake Forest University School of Medicine, The Harvard Gazette