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Proteína de alga marinha potencializa ação de antibiótico contra superbactérias

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Oleksandr Sushko/Unsplash
Oleksandr Sushko/Unsplash

Cientistas da Universidade Federal do Ceará (UFC) descobriram uma forma de potencializar o efeito de antibióticos, com capacidade de combater superbactérias (bactérias que resistem aos medicamentos comuns). O segredo está na adição de uma proteína encontrada em algas marinhas e esponjas do litoral brasileiro.

Publicado na revista Anais da Academia Brasileira de Ciências, o recente estudo que pode ajudar no combate à resistência antimicrobiana se concentrou nas lectinas. Estas são as proteínas presentes em algas e esponjas, com capacidade de se ligar à superfície bacteriana.

Teste com proteína de algas marinhas

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No estudo, os pesquisadores levaram para o laboratório oito tipos de lectinas extraídas de algas marinhas e esponjas da costa cearense. As proteínas foram testadas de forma combinada com oxacilina e tetraciclina (dois antibióticos populares) contra as bactérias Staphylococcus aureus e Escherichia coli, que podem causar infecções graves.

“As lectinas podem fragilizar as células bacterianas e, assim, aumentar a eficácia do medicamento”, detalha Rômulo Farias Carneiro, pesquisador da UFC e autor do estudo, para a Agência Bori

Como os mecanismos de defesa bacterianos são bloqueados, o antibiótico age por mais tempo e combate melhor a infecção. Em outras palavras, o efeito é potencializado. Isso permite que ele combata até superbactérias, o que não ocorreria sem o efeito da proteína de origem marinha. 

Nos testes, o melhor efeito foi obtido com as proteínas extraídas de algas vermelhas do gênero Bryothamnium com o antibiótico tetraciclina. Neste caso, a dose necessária do remédio para inibir os microrganismos pode ser reduzida em até 95%. Por outro lado, as lectinas não melhoraram o efeito da oxacilina.

Aposta contra superbactérias

“Nosso estudo mostrou que algumas bactérias, anteriormente resistentes a certos antibióticos, tornaram-se sensíveis novamente quando o fármaco foi usado em conjunto com as lectinas”, comenta o cientista Carneiro.

Assim, a ideia é usar essas proteínas no futuro como parte da terapia contra as bactérias resistentes, que causam aumento de mortes em todo o mundo. Se os planos do grupo se concretizarem, a nova proposta poderá reduzir os custos do tratamento e salvar milhões de vidas em todo o mundo.

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Além da questão de saúde pública envolvendo as superbactérias, outros grupos de pesquisa estudam as algas marinhas para combater os efeitos das mudanças climáticas. Isso porque elas podem reduzir as emissões de gás metano, quando usadas na agropecuária.

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Fonte: Agência Bori  

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