Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Proteção de vacinas de mRNA pode ser melhor que a gerada pela COVID, diz estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Junho de 2021 às 14h20

Link copiado!

Ali Raza/Pixabay
Ali Raza/Pixabay

Para combater a transmissão do coronavírus SARS-CoV-2, autoridades de todo o mundo investem na vacinação, em massa, das populações. Isso porque as vacinas são, comprovadamente, seguras e eficazes. No entanto, pouco se sabe sobre a diferença entre a imunidade desencadeada pelos imunizantes e obtida após a recuperação de um caso da COVID-19.

Segundo pesquisa norte-americana, desenvolvida por cientistas da University of Washington e do Fred Hutchinson Cancer Research Center, a proteção produzida pelas vacinas de RNA mensageiro (mRNA)  pode ser mais eficaz contra as novas variantes do coronavírus do que a proteção natural, obtida após a recuperação de um caso da COVID-19. O estudo foi publicado na revista Science.

Continua após a publicidade

Sobre o estudo comparativo das imunidades, a infectologista e vice-presidente do Sabin Vaccine Institute, Denise Garrett, comentou, em suas redes sociais, que a descoberta reforça a importância da vacinação contra a COVID-19. "Estudo com vacinas (mRNA) mostra que imunidade gerada por vacinas reconhece melhor e responde mais às novas variantes que a imunidade por infecção natural. Já teve COVID-19? Vacine-se assim mesmo. Pelo menos para novas variantes, a proteção vacinal é melhor", escreveu a médica.

Vale lembrar que existem duas principais vacinas de mRNA sendo usadas no combate à pandemia da COVID-19: a fórmula da farmacêutica norte-americana Moderna; e o imunizante da farmacêutica norte-americana Pfizer e da empresa de biotecnologia alemã BioNTech. 

Diferentes proteções contra os coronavírus

Continua após a publicidade

Segundo a equipe de pesquisadores norte-americanos, os resultados do estudo sugerem que a imunidade após infecção fornece, sim, proteção contra infecções futuras e possíveis casos graves desencadeados pelas novas variantes. "Entretanto, se o SARS-CoV-2 for semelhante a outros coronavírus humanos, então, no mínimo, a proteção contra a reinfecção será eventualmente erodida [diminuída] pela evolução viral", aponta o grupo, no artigo.   

Na pesquisa, foi possível observar as diferenças na especificidade de anticorpos adquiridos tanto em casos de infecção pelo coronavírus quanto após a vacinação. Para isso, os cientistas observaram amostras do sangue de pacientes que foram imunizados com a fórmula da Moderna, com idades entre 18 e 55 anos. Estas pessoas participaram dos ensaios clínicos da vacina. Os dados desses voluntários foram comparados com pessoas que contraíram a doença. 

Entendendo os resultados

Para entender: as vacinas contra o coronavírus ensinam o organismo humano a combater estruturas presentes na proteína S (spike), da membrana viral. Este é o "espinho" do agente infeccioso e é usado para invadir as células saudáveis. Nesse local, está presente o domínio de ligação ao receptor (RBD), ou seja, o exato alvo dessas vacinas.

Continua após a publicidade

Segundo os pesquisadores, a vacina de mRNA desencadeou uma atividade neutralizante que é mais direcionada ao RBD do que aquela imunidade induzida pela infecção. Dentro do RBD, a ligação dos anticorpos induzidos pela vacina foi mais amplamente distribuída entre os epítopos — partes do antígeno que reúnem elementos que favorecem o reconhecimento de regiões específicas dos anticorpos — em comparação com os anticorpos induzidos pela infecção. "Esta ligação mais ampla torna a neutralização por soros de vacina mais resistente a mutações dentro do RBD", afirmam. 

"Esta maior amplitude de ligação significa que mutações únicas de RBD têm menos impacto na neutralização por soros de vacina em comparação com soros convalescentes. Portanto, a imunidade de anticorpos adquirida por infecção natural ou diferentes modos de vacinação pode ter uma suscetibilidade diferente à erosão pela evolução do SARS-CoV-2", completam os autores.

Quanto às limitações do estudo, os autores destacam a diferença de idade entre os participantes de cada grupo de análise."Os indivíduos vacinados em nosso estudo eram relativamente jovens (18–55 anos) e saudáveis, enquanto os indivíduos convalescentes eram mais velhos (23–76 anos, mediana de 56) com uma variedade de comorbidades", declaram. 

Continua após a publicidade

Para acessar o estudo completo sobre a eficácia das vacinas para promover a imunidade comparada com a proteção desencadeada pela infecção do coronavírus, publicado na revista Science, clique aqui