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Produtos químicos eternos (PFAS) aumentam risco de câncer de fígado, diz estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Agosto de 2022 às 11h25

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Rawpixel/Envato
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Uma pesquisa conduzida por cientistas da Universidade da Califórnia encontrou ligações entre o sintétito sulfonato de perfluorooctano (PFOS) e o câncer da fígado — mais especificamente, o carcinoma hepatocelular não viral. São registrados cerca de 800 mil casos de câncer de fígado por ano, um dos tumores malignos mais fatais do mundo, com mais de 700 mil óbitos por ano, segundo informações do Instituto Oncoguia.

Os PFOS fazem parte da categoria de produtos artificiais per e polifluoroalquil (PFAS), cuja função é dar qualidades antiaderentes, impermeáveis e resistentes a manchas para diversos itens comuns. Entre eles, estão principalmente as panelas antiaderentes, as roupas impermeáveis e as embalagens de fast-food. O estudo em questão foi publicado na revista científica JHEP Reports.

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Perigos ao fígado e mais

Os PFOS são de decomposição lenta, acumulando-se no meio ambiente e nos tecidos humanos, como no fígado. O efeito dessas substâncias já havia sido investigado em animais, onde o risco de câncer de fígado foi detectado: o novo estudo, no entanto, foi o primeiro a associar esse perigo em humanos, analisando amostras de diversas pessoas nos Estados Unidos.

Analisando amostras de sangue colhidas por um longo período de tempo de mais de 200 mil americanos de Los Angeles e do Havaí, notou-se que os indivíduos com concentrações maiores de PFOS — os top 10% — tinham 4,5 vezes mais risco de desenvolver câncer de fígado em relação aos participantes com níveis mais baixos da substância.

Também notou-se que os PFOS parecem alterar o metabolismo da glicose, dos ácidos da bile e dos aminoácidos de cadeia ramificada. Quando tais processos são afetados, há acúmulo de gordura no fígado, gerando doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Um dos resultados mais sérios dessa condição é o câncer de fígado.

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Dos 200 mil indivíduos estudados, 50 tiveram câncer de fígado. Com esses dados em mãos, os cientistas analisaram as amostras de sangue coletadas antes do aparecimento da condição, também as comparando com participantes que não desenvolveram o tumor. Nas amostras anteriores à doença, foram detectados vários tipos de PFOS.

Segundo especialistas, uma das principais dificuldades em relação a pesquisas como essa é o tempo: para confirmar a exposição ambiental, é necessário coletar amostras antes de um diagnóstico, já que cânceres levam tempo para se desenvolver. Como isso foi levado em conta no estudo, espera-se obter informações preciosas sobre o efeito das substâncias analisadas na saúde humana.

Fonte: JHEP Reports