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Primeiro camundongo com dois pais chega até a idade adulta; entenda

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Karsten Paulick/Pixabay
Karsten Paulick/Pixabay

Na China, pesquisadores do Instituto de Zoologia da Academia Chinesa de Ciências conseguiram, pela primeira vez, criar camundongos de laboratório a partir de dois pais e sem material genético de uma mãe. Os animais chegaram até a idade adulta, mesmo com limitações significativas e alguns problemas.

Durante o processo de nascimento dos camundongos com dois pais, a equipe de cientistas utilizou a tesoura genética como CRISPR/Cas9 e, assim, conseguiu editar as células-embrionárias, como detalha o estudo publicado na revista Cell Stem Cell

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No total, foram desenvolvidos pouco mais de mil embriões, mas apenas 12% sobreviveram até o nascimento. Foram 84 filhotes machos e 50 fêmeas. Desse número, mais da metade morreu antes de chegar à idade adulta. Entre os sobreviventes, eles eram estéreis e tinham expectativa de vida mais baixa e tamanho menor que a média.

Como é possível um camundongo com dois pais?

Para chegar aos camundongos com dois pais, o processo é longo. Inicialmente, os cientistas trabalharam em óvulos de fêmeas e retiraram o material genético (DNA) e o núcleo dessas células. Em seguida, injetaram o material do espermatozoide. A junção de tudo continha um único conjunto de cromossomos

Este quase embrião passou por uma série de edições genéticas, o que permitiu inativar ou mesmo deletar 20 genes de um grupo conhecido como "genes de imprinting". Estes funcionam como um tipo de “trava” para a reprodução unissexual em mamimíferos. Após esta etapa, foi injetado um espermatozoide “normal”, gerando o então embrião especial. 

Vale observar que experimentos similares já foram feitos, como uma pesquisa desenvolvida no Japão. Neste caso, eles recorreram a um ovário organoide, ou seja, um tecido criado artificialmente.

Luta contra extinção de espécies

Embora seja significativo o feito dos cientistas chineses, não há nenhuma previsão de usar o método de edição de células-tronco para gerar embriões humanos nas próximas décadas.

Por outro lado, os resultados podem ajudar na luta contra espécies em extinção, caso seja possível tornar os filhotes férteis no futuro. Em espécies ameaçadas, há grandes dificuldades de reprodução. Outra possível aplicação é no desenvolvimento de tecidos e órgãos em laboratório.

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