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Por que sentimos calafrios? Nome técnico dos arrepios na pele é piloereção

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physicsgirl/Pixabay/Domínio Público
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Ouvir uma música empolgante, ver um plot-twist em uma série ou filme, ter um cubo de gelo esfregado na nuca — todas essas atividades têm algo em comum, gerar um arrepio nos seres humanos. Por que sentimos calafrios? Tudo indica que o comportamento é vestigial, mas a reação sensorial ganhou novos traços ao longo da evolução humana.

Pesquisas indicam que a reação remonta à época em que nossos ancestrais eram hirsutos, ou seja, bem peludos. Imagine um gato arrepiado quando se sente assustado: o truque os faz parecerem maiores e mais assustadores, espantando possíveis predadores. Assim como nossos parentes mais próximos, os chimpanzés, também usávamos a técnica.

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Os arrepios, de nome técnico piloereção, perderam sua função junto aos numerosos pelos nos humanos, deixando a reação menos óbvia. Biologicamente, o efeito vem de um gatilho no sistema nervoso simpático, que coordena e regula as funções involuntárias do corpo. Ele comanda pequenos músculos lisos, eretores do pelo, a ficarem em pé — algumas pessoas conseguem até controlar essa reação.

Um estudo de 2020 analisou esse sistema em alta resolução e descobriu que as fibras nervosas simpáticas ficam enroladas como uma fita ao redor das células-tronco dos folículos capilares, responsáveis por produzir pelos. Em longos períodos de frio, a atividade nervosa aumenta e faz com que essas células regenerem os folículos capilares e cresçam novos pelos.

A autora da pesquisa, Yulia Shwartz, afirma que os calafrios seriam, então, uma maneira rápida de aliviar o frio, mas, quando ele é duradouro, as células-tronco usam o mecanismo para saber que é hora de crescer uma nova cobertura capilar.

Se durante a introdução da matéria você não se identificou com os arrepios na pele causados pela música, no entanto, não se preocupe: isso não acontece com todas as pessoas.

Uma pesquisa de 2016 descobriu que indivíduos suscetíveis a calafrios quando imaginam algo ou ouvem música possuem um cérebro único, com mais fibras conectando o córtex auditivo a áreas cerebrais associadas ao processamento de emoções.

O comportamento pode ser vestigial, mas revela conexões interessantes do cérebro — e, no futuro, podem ajudar a ciência a resolver problemas como a queda de cabelo, curar queimaduras e até alguns cânceres de maneira mais eficiente.

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Fonte: Cell, Social Cognitive and Affective Neuroscience