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Por que o cigarro eletrônico foi proibido no Ceará?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 23 de Novembro de 2021 às 12h47

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tommyandone/Envato
tommyandone/Envato

Muitos olhares se voltaram aos malefícios do cigarro eletrônico à saúde, e foi justamente por isso que o Ceará proibiu o uso em ambientes públicos ou privados. Com a Lei nº 17.760, sancionada pelo governador Camilo Santana (PT) no último dia 12, fica liberado o uso apenas em locais abertos ao ar livre e em áreas exclusivas de ambientes coletivos, desde que delimitadas por barreira física e equipadas com soluções técnicas que permitam a exaustão do ar.

De acordo com o oncologista torácico Carlos Gil Ferreira, presidente do Instituto Oncoclínicas, embora não tenha muitas das substâncias tóxicas liberadas pela queima do tabaco, o cigarro eletrônico libera outras, que podem ter potencial cancerígeno, dependendo da essência escolhida.

"O dispositivo tem um depósito onde é colocado um líquido [geralmente] concentrado de nicotina, que é aquecido e inalado pela pessoa. Esse líquido, além da nicotina, possui ainda um produto solvente e um químico de sabor. Isso é prejudicial e estudos estão em andamento para avaliar a relação com câncer de pulmão", diz o médico.

Malefícios do cigarro eletrônico

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que a nicotina tem efeitos dramáticos no desenvolvimento do cérebro em menores de 20 anos, que integram boa parte do público alvo dos cigarros eletrônicos. Também não faltam estudos ressaltando as consequências negativas para a saúde.

"Assim como cigarros convencionais, vaporizadores como o cigarro eletrônico também contêm tabaco e, por consequência, nicotina, principal substância ligada à dependência. Lembrando que o tabagismo é o principal causador de câncer de pulmão, uma das doenças que mais matam no mundo", alerta Carlos.

No entanto, em 2019, os pesquisadores da University of Pennsylvania (EUA) estudaram o impacto em curto prazo desse tipo de dispositivo e concluíram que o cigarro eletrônico danifica os vasos sanguíneos, mesmo que o vapor seja completamente livre de nicotina. Eles observaram redução de 34% na dilatação da artéria femural, redução de 17,5% no pico de fluxo sanguíneo e redução de 25,8% na aceleração do sangue.

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Além disso, os cientistas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) alertaram em junho que o risco de iniciação ao tabagismo é significativamente maior entre usuários de cigarro eletrônico. Recentemente, um estudo publicado no American Journal of Medicine Open, apontou que o uso de vape pode comprometer os ossos.

Frente a essas informações, e agora com a iniciativa do Ceará em proibir o uso, a tendência é que outros lugares do Brasil possam seguir o exemplo e também passem a sancionar leis proibindo o cigarro eletrônico em ambientes públicos.