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Por que a COVID-19 pode causar queda excessiva de cabelos? Tem como tratar?

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 17 de Março de 2021 às 15h00

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Tim Mossholder/ Unsplash
Tim Mossholder/ Unsplash

Após se recuperarem da infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) e estarem "saudáveis", inúmeros pacientes relatam uma série de sintomas da COVID-19 de longa duração, como fadiga, dores de cabeça e queda de cabelo, por exemplo. Em especial, a perda dos fios pode perdurar por meses após a recuperação da doença e alguns tratamentos podem melhorar o processo.

De acordo com uma revisão sistemática — uma análise de inúmeros estudos científicos sobre um mesmo tema —, um grupo de pesquisadores dos EUA, Suécia e México avilou o efeito de longo prazo da COVID-19 em mais de 47 mil pacientes recuperados e estimou a prevalência de cada sintoma registrado. Esta análise foi publicada em forma de preprint —  sem revisão por pares —  na plataforma MedRxiv.

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No geral, os pesquisadores estimaram que 80% dos pacientes que foram infectados pelo coronavírus desenvolveram um ou mais sintomas da infecção de longo prazo. Dessa lista, os cinco sintomas mais comuns foram: fadiga (58%); cefaleia/dores de cabeça (44%); distúrbio de atenção (27%); queda de cabelo (25%); e dispneia (24%).

Por que o cabelo pode cair como efeito da COVID-19?

De acordo com a análise sistemática, a perda de cabelos pode acometer 25% dos pacientes que se recuperaram da COVID-19. Sobre esse sintoma da COVID-19, dermatologista da Mais Cabello, Carla Nogueira, explica que "a queda de cabelo aguda é chamada de Eflúvio Telógeno e também pode ser observada em doenças como Zika e chikungunya, além de outras viroses importantes que causam esse estresse fisiológico".

Por mais inusitado que possa parecer ter queda de cabelo a partir de um vírus, a dermatologista comenta que o "o eflúvio telógeno agudo ocorre devido a uma reação do próprio organismo ao vírus, levando à alteração do ciclo capilar". Para entender como isso acontece, é importante compreender duas fases do ciclo capilar: a fase anágena; e a fase telógena.

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Durante a fase anágena —  ou estágio ativo —, acontece o crescimento dos fios no couro cabeludo, o que pode se prolongar de dois a quatro anos. Por outro lado, a fase telógena do ciclo capilar é também conhecida como a fase de repouso, onde é normal a queda dos cabelos. "O que ocorre nesses casos é que mais fios entram na fase de repouso após a infecção viral, caindo em maior quantidade nos próximos três a seis meses subsequentes ao quadro", pontua Nogueira.

O pode ajudar na queda de cabelo pelo coronavírus?

De acordo com a dermatologista, "o eflúvio telógeno, nesses casos de infecção pelo coronavírus, é temporário e reversível". No entanto, independente de tratamentos realizados pelo paciente, "será preciso aguardar de três a seis meses para que o ciclo capilar retorne para sua atividade normal", explica a doutora.

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Neste período de recuperação do ciclo natural do cabelo, "a orientação é higiene do couro cabeludo, de forma frequente, com uso de xampus para cada tipo de fio, visando reduzir acúmulo de resíduos e evitar a oleosidade do couro cabeludo", afirma Nogueira.

Em paralelo, é possível adotar algumas fórmulas para melhorar a estrutura dos novos fios e pensar em uma suplementação alimentar. "Podemos utilizar formulações orais com o intuito de melhorar a estrutura dos novos fios que virão a nascer após o reestabelecimento do ciclo capilar, assim como a orientação de melhora do aporte nutricional dos pacientes através da melhora da alimentação. Sempre com o acompanhamento de um dermatologista de confiança", completa a médica.

Para conferir o preprint sobre a queda de cabelo como um sintoma do pós-COVID-19, publicado na plataforma MedRxiv, clique aqui.