Pessoas com depressão severa deixaram o tratamento de lado durante a pandemia
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 17 de Outubro de 2022 às 14h25
Sabemos que houve um impacto da pandemia na saúde mental da população, mas um novo estudo apontou que pessoas com depressão severa deixaram o tratamento de lado durante esse período, ou seja: muitos pacientes não receberam cuidados adequados à sua condição.
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Para chegar a essa afirmação, os pesquisadores (que fazem parte do Hospital Universitário de Frankfurt, da Alemanha) analisaram bancos de dados do país. Durante a primeira onda de covid-19, as hospitalizações por depressão clínica caíram 57,5%, de 13.457 em janeiro de 2020 para 5.723 em abril de 2020. No mesmo período, o número de pacientes hospitalizados por depressão recorrente caiu 56,3%, de 22188 para 9698.
"Também vimos uma diminuição no tratamento hospitalar de depressão recorrente. Além das regras de admissão mais rígidas, isso parecia ser devido a uma queda na demanda dos próprios pacientes”, apontam os pesquisadores.
Em contraste, o número de novos pacientes ambulatoriais em tratamento para depressão clínica no Hospital Universitário de Frankfurt permaneceu estável e o número de pacientes com depressão recorrente apresentou um aumento significativo entre 2019 e 2021.
“Os resultados indicam que os pacientes que sofreram repetidamente de depressão durante suas vidas eram menos propensos a serem internados no hospital durante a pandemia. No entanto, esses pacientes são muitas vezes tão severamente afetados pela depressão que o tratamento ambulatorial por si só não é suficiente para trazer uma melhora satisfatória nos sintomas", comentam os autores.
Segundo os especialistas, os pacientes perdem a qualidade de vida a longo prazo, e a suspeita é que essas pessoas se afastam com mais frequência da sociedade, dos amigos e da família, e esse comportamento se tornou ainda mais comum durante os tempos de confinamento e isolamento social proporcionados pela pandemia.
Fonte: Neuroscience News