Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Pesquisadores que "previram" Ômicron recomendam cuidado com escape imune

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Dezembro de 2021 às 11h50

Link copiado!

Freepik
Freepik

A variante Ômicron é a preocupação da vez da pandemia de covid-19. Associada a um maior escape imune do que as suas antecessoras, a “versão atualizada” do coronavírus SARS-CoV-2 traz um volume surpreendente de mutações. Mas nem todos foram pegos de surpresa.

Uma equipe de pesquisadores da Harvard Medical School já desenvolvia um estudo em que projetava mutações que o coronavírus poderia desenvolver. Pouco antes da publicação do artigo na revista Science, eles receberam a notícia que a Ômicron que continha justamente algumas das variações previstas na pesquisa.

No estudo, os cientistas buscavam uma série de mutações que poderiam reduzir a afinidade dos anticorpos produzidos contra variantes antigas do vírus, por infecção, vacinação ou infusão de coquetéis de anticorpos monoclonais.

Continua após a publicidade

Os pesquisadores se focaram no domínio de ligação ao receptor (RBD), que é a parte da espícula do vírus que se liga às células para causar infecção, e que também são o alvo principal dos anticorpos.

Utilizando pseudotipos virais, eles experimentaram sete mutações ligadas ao escape imune, que se provaram capazes de fugir parcialmente da ação dos anticorpos. A quantidade parecia altíssima e nunca havia sido vista em nenhuma das variantes que mais circularam no mundo... até a descoberta da Ômicron, que tem nada menos que quinze alterações no RBD.

Diante dos resultados com os pseudotipos, os pesquisadores recomendaram cuidado com a nova variante. “Essas mutações se provaram bastante capazes de fugir de anticorpos monoclonais usados para tratar pacientes e de anticorpos induzidos pelas vacinas de mRNA”, declarou Jonathan Abraham.

Continua após a publicidade

Ômicron e vacinas

Após a publicação dos estudos, começaram a sair os resultados dos primeiros ensaios de neutralização in vitro que mostraram uma redução significativa na resposta dos anticorpos contra a variante. No entanto, isso não significa que as vacinas deixaram de funcionar.

A Pfizer também chegou a publicar um comunicado alertando que as duas doses de seu imunizante têm capacidade de neutralização reduzidos, mas que o reforço com a terceira dose consegue manter um bom nível de proteção. Ainda assim, a empresa confirma que segue estudando uma atualização da vacina, caso ela seja necessária para conter a Ômicron.

Fonte: IFL Science, Harvard Medical School