Pesquisadores japoneses detectam tumores cerebrais via amostras de urina
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
E se fosse possível detectar tumores cerebrais através de um simples exame de urina? Pois é justamente isso que aponta um novo estudo da Universidade de Nagoya (Japão).
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O que acontece é que o diagnóstico precoce de tumores cerebrais costuma ser difícil, em parte porque a maioria das pessoas passa por uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética cerebral somente após o início de déficits neurológicos, como imobilidade de membros e incapacidade de fala. Quando os tumores cerebrais são detectados, já cresceram muito para serem totalmente removidos.
O estudo aposta em um biomarcador diagnóstico de tumores cancerígenos, os microRNAs (moléculas minúsculas de ácido ribonucleico), que são secretados por várias células e existem em uma condição estável e sem danos nas vesículas extracelulares em fluidos biológicos como sangue e urina.
O novo dispositivo que os pesquisadores desenvolveram pode extrair uma variedade e quantidade significativamente maior de microRNAs de apenas um mililitro de urina, em comparação com os métodos convencionais.
O grupo então examinou se os microRNAs contidos nas amostras de urina podem servir como biomarcadores de tumores cerebrais, usando seu modelo de diagnóstico baseado na expressão de microRNAs em amostras de pacientes com tumores cerebrais e indivíduos sem câncer. Os resultados mostraram que o modelo pode distinguir os pacientes oncológicos de indivíduos sem câncer com uma sensibilidade de 100%, independentemente da malignidade e do tamanho dos tumores.
O dispositivo usado pelos pesquisadores é baseado em nanofilamentos de óxido de zinco. É possível, inclusive, produzi-lo em massa, o que poderia auxiliar no diagnóstico em diversos laboratórios de análises patológicas ao redor do mundo.
O artigo científico completo pode ser consultado neste link.
Fonte: Science Daily, ACS Publications