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Pesquisadores desenvolvem "cola" para reparar danos no cérebro

Por| Editado por Luciana Zaramela | 27 de Abril de 2021 às 10h40

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iLexx/Envato
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O cérebro é o que há de mais complexo no ser humano, com enigmas a serem decifrados dia após dia pela medicina. Foi com isso em mente que pesquisadores da Universidade da Geórgia (EUA) desenvolveram uma substância parecida com um hidrogel, com a proposta de reparar danos cerebrais. 

A equipe descobriu que essa substância foi capaz de prevenir danos a longo prazo e perda de tecido nos cérebros de ratos feridos, acelerando, ainda, o processo de cura. O material, que eles apelidaram de "cola para o cérebro", é feito de açúcares complexos dispostos para se parecer com os açúcares encontrados naturalmente no cérebro. Esses compostos se ligam a outras proteínas que, juntas, ajudam a proteger e reparar as células cerebrais.

Ao implantar a cola no cérebro das pessoas logo após a lesão, a proposta dos pesquisadores é que ela aumente a capacidade de cura natural, evitando danos cerebrais que de outra forma seriam intratáveis ​​e garantindo melhores resultados para os pacientes.

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O estudo ainda traz a descoberta de que os benefícios do tratamento podem ser vistos 20 semanas após a lesão. “Animais que receberam a cola para o cérebro, na verdade, mostraram reparação de tecido cerebral severamente danificado. Os animais também tiveram um tempo de recuperação mais rápido em comparação com indivíduos sem esses materiais", anunciou Lohitash Karumbaiah, líder do estudo em questão.

Vale notar, ainda, que os ratos que receberam o tratamento com a "cola" mostraram melhoras cognitivas. Como parte do experimento, eles receberam uma tarefa simples de alcançar e agarrar um objeto, e os que receberam o tratamento tiveram um desempenho melhor do que os demais. 

Os pesquisadores apresentam esperanças em relação ao tratamento nos humanos, considerando a eficácia nos ratos. No entanto, ainda há muitos degraus a serem galgados. Mais estudos e testes clínicos em seres humanos precisam ser feitos antes que essa substância chegue aos hospitais, por exemplo. Para tanto, Karumbaiah entrou com um pedido de patente de sua cola para o cérebro e sua equipe garantiu financiamento para continuar desenvolvendo essa pesquisa. A proposta é não só ajudar pessoas com lesões cerebrais traumáticas graves, mas também condições neurodegenerativas, como a doença de Parkinson, por exemplo.

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Fonte: EurekAlert! via Gizmodo