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Pesquisa brasileira usa terapia à base de luz para tratar covid longa

Por| Editado por Luciana Zaramela | 02 de Maio de 2022 às 14h43

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Svitlanah/Envato Elements
Svitlanah/Envato Elements

Para tratar as sequelas da infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2 e a covid longa, pesquisadores brasileiros testam novas terapias à base de luz, como fotobiomodulação e fotodinâmica. De forma complementar, são adotados o laser, o ultrassom e da pressão negativa nos tratamentos. Até o momento, os resultados são promissores.

Publicado na revista científica Laser Physics Letters, o estudo sobre a terapia baseada em luz no tratamento da covid longa foi desenvolvido por cientistas do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT). Ambos são coordenados pelo professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), Vanderlei Bagnato.

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"Os pacientes após a recuperação da covid-19 apresentam uma vasta gama de sequelas, incluindo lesões musculares, articulares, neurológicas, dermatológicas e pulmonares", explicam os autores. "Neste caso, as terapias de reabilitação baseadas em fotobiomodulação e terapias combinadas surgem como excelentes ferramentas" para a melhora do quadro, completam.

O que é fotobiomodulação e fotodinâmica?

Para entender os desdobramentos das descobertas dos cientistas brasileiros no combate à covid longa, é preciso definir o que são as terapias baseadas em luz. No recente artigo, os pesquisadores definem dois principais tipos: a fotobiomodulação e a fotodinâmica.

Na fotobiomodulação, a luz é aplicada para estimular o metabolismo e, dessa forma, contribui para a proliferação de células e a cicatrização das feridas. Além disso, ajuda no alívio da dor. Para isso, pode ser usada a luz infravermelha próxima (que é de 810-1064 nm), que ativa os canais iônicos sensíveis à luz presentes nas células e intensifica os processos bioquímicos.

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Agora, a terapia fotodinâmica envolve moléculas fotossensibilizadoras e uma fonte de luz externa. A partir do contato entre elas, são produzidas espécies reativas de oxigênio, como superóxido e peróxido de hidrogênio. Estas podem inativar microorganismos potencialmente perigosos.

Uso de terapia à base de luz contra a covid longa

No estudo, a equipe de pesquisadores brasileiros apresentou protocolos inéditos para tratamento de pacientes que apresentam sequelas da covid-19 ou que desenvolveram outras infecções em consequência da internação, como a pneumonia bacteriana (que não causada pelo coronavírus).

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“O pós-covid afeta várias partes do corpo. Há sequelas sensoriais [alteração de paladar e olfato], musculares [fadiga], circulatórias e inflamatórias, principalmente no sistema respiratório. Há ainda outras sequelas comuns a várias infecções, como zumbido no ouvido e parestesia [dormência] facial, além de lesões na pele para pacientes acamados por longos períodos. Nosso objetivo é contribuir com técnicas que melhorem todo esse quadro”, explica o professor Bagnato, em comunicado da Agência Fapesp.

Bota para "devolver" a circulação

Por exemplo, os cientistas desenvolveram uma bota para recuperar o sistema circulatório, que utiliza a tecnologia do laser. “Esses aparelhos, entre eles a bota, combinados com a fotobioestimulação, estão dando um resultado excelente, inclusive para quem não teve covid-19, mas sente dores ao praticar esportes", conta o especialista.

Melhora do pulmão

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Outro benefício das terapias é a melhora das infamações, como aquelas identificadas no pulmão dos pacientes com a forma grave da doença. “O poder anti-inflamatório da radiação infravermelha tem ajudado muito nessas aplicações", explica Bagnato.

"Porém, mais do que isso, estamos desenvolvendo as ações fotodinâmicas para tratamento de pneumonias, principalmente as resistentes aos antibióticos. Desenvolvemos uma técnica que permite inalar uma molécula e tratar com iluminação extracorpórea a infecção, eliminando as colônias bacterianas”, detalha.

Segundo o professor, alguns produtos já foram aprovados para uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estão entrando em fase de comercialização, mas ainda não entraram no mercado. Do outro lado, outros ainda estão na fase de testagem. Em breve, uma nova leva de dispositivos deve chegar para o tratamento de sequelas da covid, mas também de outras doenças, a partir de terapias baseadas em luz.

Fonte: Agência Fapesp