Ozempic | Quem para de tomar semaglutida deve comer o quê?
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
De forma off label (fora da bula), muitas pessoas têm usado o remédio Ozempic para perder peso. Isso porque o princípio ativo da fórmula, a semaglutida, tem diferentes efeitos no corpo, incluindo a sensação de saciedade, a desaceleração do esvaziamento do estômago e a estimulação da produção de insulina. No entanto, nenhuma medicação é para sempre e esses usuários precisam planejar o que fazer e o que comer no pós-tratamento.
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Caso mudanças complementares não sejam adotadas ainda no período que o Ozempic é usado ou no pós, como uma dieta balanceada e a prática de exercícios físicos, o indivíduo pode vivenciar aquilo que é chamado de efeito sanfona. De forma simples, ele ganha o peso que perdeu anteriormente — algo comum na maioria das dietas que não envolvem reeducação alimentar.
A seguir, confira sete fatos importantes para quem vai parar o uso de Ozempic ou de qualquer outra medicação com semaglutida:
1. Equilíbrio entre calorias e gasto calórico
O princípio mais básico para quem busca manter o peso é perder, através das atividades do dia a dia e dos exercícios físicos, a mesma quantidade de calorias ingeridas através dos alimentos.
“Para alguém que quer manter a perda de peso depois de sair do Ozempic, a manutenção tem tudo a ver com equilibrar a quantidade de comida que você ingere com a quantidade de energia que está queimando”, detalha Tara Schmidt, nutricionista da Mayo Clinic Diet, nos Estados Unidos, para o site The Healthy.
2. Esqueça as dietas radicais
Se é preciso manter a continuidade da nova forma de alimentação, ela não pode ser radical. Nesse ponto, Archana Sadhu, endocrinologista do Houston Methodist, desaconselha dietas drásticas, como as que proíbem o consumo de carboidratos ou que têm um índice calórico muito baixo. “O melhor plano de dieta é aquele que é sustentável para você”, resume.
3. Opte por alimentos ricos em proteínas
Pensando nos itens da dieta, Sadhu aconselha os pacientes a “não pularem ou economizarem na proteína depois de tomar esses medicamentos [para emagrecimento]”. Isso porque, durante o emagrecimento induzido, há também perda muscular.
“Como um bônus adicional [da ingestão adequada de proteínas], quanto mais massa muscular você ganha ou mantém, mais seu gasto metabólico basal realmente aumenta. Então você automaticamente queima mais calorias, mesmo sem restrição calórica ou exercício”, acrescenta a médica Sadhu, recomendando a ingestão de carnes magras (com menos gordura).
4. Prefira alimentos in natura
Olhando para o prato e para os lanchinhos durante o dia, “incentivamos a ingestão principalmente de alimentos ricos em nutrientes, como vegetais, frutas e grãos integrais”, afirma a nutricionista. Basicamente, opte por aquilo que está in natura. Só vale a ressalva que, mesmo esses alimentos, como frutas e sucos, podem ser ricos em açúcares e, eventualmente, devem ser moderados.
5. Abandone os ultraprocessados
Por outro lado, Schmidt desaconselha os alimentos que têm muitas calorias, enquanto são pobres em nutrientes, como os ultraprocessados com alto teor de açúcares e gorduras adicionadas. Indo além da questão do Ozempic, estudos já relacionam o consumo excessivo desse tipo de alimento com o risco aumento para o câncer e o declínio cognitivo.
6. Pense em alimentos que dão saciedade
Também vale pensar em alimentos que, de alguma forma, simulem o efeito da semaglutida no organismo, ou seja, entreguem o efeito de saciedade. Neste ponto, uma pesquisa da Universidade de Ottawa, no Canadá, sugere a ingestão de abacate, leguminosas, grãos integrais, ovos, nozes e outros tipos de sementes.
7. Busque um nutricionista
Agora, para entender aquilo que faz sentido na sua rotina e balancear as quantidades e os tipos de alimentos que “valem” ser ingeridos, o recomendado é buscar a orientação de um profissional de saúde, como um nutricionista. Com maior experiência e estudos na área, ele pode ser a peça central em um processo de reeducação alimentar.
Fonte: The Healthy