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Oxigênio intravenoso: nova técnica é segura e promete revolucionar a medicina

Por| Editado por Luciana Zaramela | 09 de Junho de 2022 às 10h40

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DC_Studio/Envato
DC_Studio/Envato

Cientistas do Boston Children's Hospital conseguiram desenvolver uma maneira de administrar oxigênio intravenosamente, ajudando em pacientes com baixa oxigenação por conta de doenças como a covid-19. Todo ser humano precisa de pelo menos um copo de oxigênio por minuto para sobreviver, já que o gás, quando no sangue, ajuda na produção de energia.

Traumas agudos no pulmão podem danificar o órgão e causar deficiências na distribuição de oxigênio no corpo, causando hipoxemia (falta do gás no sangue) e, após alguns minutos de privação ao nível dos tecidos, hipóxia, que pode causar danos neurológicos permanentes em pessoas anteriormente saudáveis.

Em casos mais sérios de privação de oxigênio, alguns pacientes podem acabar precisando usar ventiladores médicos ou receber oxigenação por membrana extracorporal (ECMO), quando o sangue é retirado do corpo, o oxigênio é adicionado e o dióxido de carbono retirado, e então é devolvido às veias. Máquinas que fazem essa função, no entanto, são escassas, e podem danificar os pulmões e causar infecções.

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Oxigênio intravenoso

O novo método, cujo estudo foi publicado na revista científica PNAS, traz a alternativa intravenosa. Normalmente, injetar oxigênio no sangue não é uma boa ideia, já que isso causa bolhas de ar que podem bloquear as veias e causar doença de descompressão (DD), o que foi evitado com sucesso na pesquisa estadunidense.

O oxigênio foi combinado com uma solução líquida contendo fosfolipídeos, e isso foi administrado por bicos decrescentes, criando bolhas menores do que as hemácias. As bolhas ficam cobertas por uma membrana similar à das células do corpo, impedindo que elas se misturem e criem bolhas maiores que possam bloquear as veias. Ela também diminui a presença de materiais tóxicos e dá um caminho para o oxigênio se espalhar pelo corpo.

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Quando o sangue humano doado passou pelo novo tratamento, a saturação sanguínea foi de 15% a 95% em apenas alguns minutos: quando o mesmo foi feito em ratos vivos, o processo aumentou a saturação de 20% para 50%. É possível, no processo, controlar o volume de fluido administrado e a dosagem de oxigênio em tempo real, o que é crítico ao lidar com pacientes graves.

Ainda serão necessários novos testes em animais maiores até chegarmos em cobaias humanas, mas a nova tecnologia é promissora e pode ajudar a preparar o corpo de pacientes para o uso de ventiladores médicos ou ECMOs, podendo também ser incorporada a ventiladores já existentes, integrando-se tranquilamente aos cuidados atualmente prestados a pacientes pulmonares.

Fonte: PNAS