Ouvidos emitem um ruído sutil quando os olhos se movem
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Cientistas descobriram que os ouvidos emitem um ruído sutil quando os olhos se movem, e a partir disso, é possível saber o movimentos dos olhos só ao decodificar esses sons. As descobertas foram publicadas na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
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Os pesquisadores também descobriram que, apenas por saber para onde alguém está olhando, é possível prever como seria a forma de onda do som produzido pelo ouvido.
De acordo com o grupo, esses sons podem ser causados quando os movimentos dos olhos estimulam o cérebro a contrair os músculos do ouvido médio, que normalmente ajudam a amortecer os sons altos, ou as células ciliadas que ajudam a amplificar os sons baixos.
Por enquanto, o propósito exato desses ruídos nos ouvidos não é claro, mas uma teoria é que isso pode ajudar a aguçar a percepção das pessoas.
“Acreditamos que isso faz parte de um sistema que permite ao cérebro identificar onde as imagens e os sons estão localizados, mesmo que nossos olhos possam se mover, enquanto nossa cabeça e nossos ouvidos não o fazem”, diz a equipe em comunicado publicado pela própria instituição — Duke University.
Relação entre visão e audição
No estudo, os participantes olharam para um ponto verde estático na tela do computador e, em seguida, sem mover a cabeça, acompanharam o ponto com os olhos enquanto ele desaparecia e depois reaparecia para cima, para baixo, para a esquerda, para a direita ou na diagonal do ponto inicial. Durante o ocorrido, os pesquisadores se concentraram nos sinais auditivos gerados à medida que os olhos se moviam.
Conforme reconhecem os próprios pesquisadores, compreender a relação entre sons auditivos sutis e visão pode levar ao desenvolvimento de novos testes clínicos para audição. “Se cada parte do ouvido contribuir com regras individuais para o sinal do tímpano, então elas poderão ser usadas como uma espécie de ferramenta clínica para avaliar qual parte da anatomia do ouvido está funcionando mal”, estima a equipe.
Fonte: Proceedings of the National Academy of Sciences, Duke Today