Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Órgãos doados por pessoas que tiveram covid-19 são seguros, diz estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 24 de Março de 2022 às 10h30

Link copiado!

LightFieldStudios/Envato
LightFieldStudios/Envato

Um estudo da Duke University School of Medicine, iniciado em setembro de 2021, procurou descobrir se órgãos doados por pacientes que morreram enquanto tinham o vírus da covid-19 causavam ou não novas infecções em receptores e profissionais de saúde envolvidos nas operações.

Os resultados são ótimas notícias para quem está na fila do transplante de órgãos, já que ninguém foi infectado no processo, mas há de notar que a pesquisa ainda será apresentada e publicada — ou seja, é uma pré-publicação, ainda não revisada por pares, com conclusões consideradas preliminares. Além disso, a amostragem é limitada, com poucos casos estudados.

Casos avaliados

Continua após a publicidade

Os estudos envolveram os transplantes de dois fígados e duas combinações de rins e pâncreas vindo de quatro doadores com testes positivos para covid-19, órgãos que chegaram a quatro receptores diferentes. Um dos doadores morreu em decorrência de complicações severas de covid, incluindo embolia pulmonar, e outro de um abscesso cerebral provavelmente causado pelo vírus. Os outros dois tiveram covid moderada, morrendo de derrame e de overdose de drogas, respectivamente.

Os casos foram avaliados de acordo com o tipo de órgão, duração e severidade do adoecimento por covid e a partir dos sinais de coagulação potencialmente aumentada nos órgãos doados ou seus vasos. Ao avaliar o risco de infecção, a urgência dos transplantes também foi considerada pelos pesquisadores. Acompanhando os receptores e os profissionais de saúde por 46 dias, nenhuma infecção por covid-19 através dos transplantes foi notada.

O estudo será apresentado no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas em Lisboa, Portugal, que acontecerá de 23 a 26 de abril. Emily Eichenberger, autora do estudo, afirmou que, apesar de limitada, a pesquisa sustenta o uso de órgãos abdominais doados por pacientes positivados com covid como seguros e efetivos, mesmo quando envolvem morte causada por doenças pulmonares decorrentes da infecção ou pacientes com infecção ativa. Ela ainda nota que um total de 20 transplantes bem-sucedidos desse tipo já foram feitos.

Continua após a publicidade

Eichenberger lembra que os quatro receptores envolvidos no estudo não estavam vacinados: ela encoraja fortemente a vacinação, especialmente para receptores futuros. Segundo ela, o risco de ter sintomas severos de covid aumenta muito em pacientes não vacinados devido ao uso de medicamentos imunossupressores pós-transplante. Não é obrigatório estar vacinado para estar na fila do transplante de órgãos, mas a pesquisadora reforça o apelo para a vacinação a quem está na lista de espera.

Apesar dos resultados preliminares terem sido promissores, mais estudos generalizados são necessários. A pandemia piorou a escassez de órgãos para doação justamente porque os cirurgiões expressam preocupação em relação ao uso de órgãos advindos de doadores infectados pela covid-19.

Fonte: ESCMID