Equipe de hospital comemora primeiras 24h sem pacientes com covid; assista
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
A pandemia da covid-19 levou os hospitais e as equipes médicas ao limite. Afinal, esses profissionais da saúde precisaram enfrentar uma doença ainda desconhecida, em um momento que recursos básicos, como máscaras, estavam limitados. Passados mais de dois anos da chegada do coronavírus SARS-CoV-2, o Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU) completou, no domingo (20), as primeiras 24 horas sem atender nenhum paciente infectado ou com suspeita da doença.
- Dois anos de pandemia da covid-19: onde estamos e para onde vamos?
- Novo teste de covid pode identificar variantes em 15 minutos
Localizado na cidade de Uberaba, em Minas Gerais, o MPHU comemorou este primeiro dia sem nenhum tipo de atendimento relacionado a covid-19 desde o início da pandemia. Para celebrar o momento, a equipe do hospital gravou um vídeo sobre este marco e divulgou nas redes sociais.
"A alta demanda de casos manteve o hospital sempre à disposição para atendimento, seja por meio de convênios/particulares, ou para retaguarda do SUS. Com taxas de ocupação e permanência sempre próximos do limite, nos momentos críticos dessa guerra, chegar a esse cenário, de manter o hospital sem pacientes da covid, por determinado período, demonstra que cumprimos e estamos cumprindo com nosso papel e missão", afirmou o diretor da área/serviços em saúde, Iraci Neto, em comunicado.
Transformações do hospital na pandemia
Apesar das comemorações neste momento da pandemia, a equipe do hospital lembra que foram inúmeros desafios para cuidar e tratar dos pacientes infectados. "Um dia sem nenhum paciente internado com covid é de fato um marco para o hospital. Foram muitas tomadas de decisão que não puderam ser planejadas, pois não havia tempo para o planejamento", comenta o diretor técnico do MPHU, Galvani Salgado Agreli.
Entre os desafios, Agreli explica que a área médica enfrentou uma reviravolta no mercado de medicamentos e insumos que não poderiam deixar de ser comprados, mas que estiveram em falta em momentos críticos. No aspecto estrutural, foi necessário realizar adaptações dos espaços físicos para acolher "um número assustador de pessoas doentes".
Além disso, é preciso considerar a preparação urgente das equipes para enfrentar uma doença desconhecida e altamente letal e o sofrimento das famílias pelas perdas não esperadas. Todos esses aspectos precisaram ser encarados pela equipe médica conforme a doença avançava na população.
Por outro lado, "tivemos também muitas alegrias com a recuperação de inúmeros pacientes e os agradecimentos emocionados deles e de familiares. Foram muitos desafios e muito aprendizado para todos nós do Mário Palmério. A luta continua, pois vencemos algumas batalhas, mas o inimigo ainda está por aí. Vamos nos cuidar", completa Agreli.
O que permitiu as primeiras 24 horas sem hospitalizações?
De acordo com o infectologista do hospital, Guilherme Henrique Machado, a principal causa para o marco sem atendimento da covid é a vacinação em massa. "A vacina evitou diversas infecções, mas principalmente impediu que estas se tornassem graves. Somente em Minas Gerais, temos o esquema vacinal completo em mais de 80% da população, e isso significa muito", afirma o médico.
"Essas 24 horas sem paciente covid representam um avanço importante no combate ao vírus, mas não podemos baixar a guarda. Precisamos conscientizar sobre a necessidade de vacinação e das doses de reforço, além da necessidade de evitar aglomerações, destacando ainda o uso de máscaras e de álcool em gel", finaliza Machado.
Fonte: MPHU