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OMS aprova vacina da cólera; Brasil tem 1° caso em 18 anos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 22 de Abril de 2024 às 10h04

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Miguel Á. Padriñán/Pixabay
Miguel Á. Padriñán/Pixabay

Para impedir o aumento de casos globais da cólera, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou o uso de uma fórmula simplificada da vacina oral da Euvichol-Plus, a Euvichol-S, da farmacêutica sul-coreana EuBiologics. Em meio a essa decisão, alguns países registram novos surtos ou casos isolados da doença causada por uma bactéria potencialmente mortal, como o Brasil com um caso de cólera autóctone.

Com a aprovação do uso da versão simplificada, a expectativa é que seja possível produzir mais doses de vacina da cólera, de forma mais rápida e mais barata. Segundo estudos científicos analisados pela OMS, a nova versão tem eficácia semelhante à das formulações mais complexas.

Neste momento, a OMS acompanha 24 surtos de cólera em andamento no mundo, sendo que a maioria está concentrada no continente africano. Em relação ao Brasil, o Ministério da Saúde informa que se trata de um único caso isolado.

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O que é cólera?

A cólera é uma doença provocada pelas toxinas da bactéria Vibrio cholerae, especialmente os sorogrupos O1 e O139. Este patógeno infecta as pessoas através do consumo de água e alimentos contaminados. Nos pacientes infectados, a toxina interage com as paredes do intestino e altera o fluxo de sódio e de cloreto do corpo. Dessa forma, o corpo expele grandes quantidades de água, causando quadros de diarreia aquosa, dor abdominal e desidratação. Em alguns pacientes, a infecção pode evoluir para o óbito, mas há tratamento e vacinas.

Caso de cólera autóctone no Brasil

No domingo (21), o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de cólera no Brasil após 18 anos sem a doença. O paciente infectado pela bactéria tem 60 anos e foi infectado em Salvador, a capital da Bahia, sem ter viajado para nenhum outro lugar. Por isso, o caso é definido como autóctone. 

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Segundo as autoridades de saúde, o paciente apresentou alguns sintomas da cólera, como diarreia aquosa e desconforto abdominal, em março deste ano. No entanto, não foi identificado casos de transmissão. 

Apesar disso, "são necessários esforços de vigilância, bloqueio lá na região e aumentar a vigilância em outras cidades do país, uma vez que a OMS já alerta sobre o avanço da cólera no mundo”, afirma Alberto Chebabo, médico infectologista e presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, para a Agência Brasil

“A introdução dessa bactéria pode ser feita através de migração, de viajantes”, aponta o especialista sobre a probabilidade de uma nova alta de casos. “Esse risco é realmente considerável no Brasil", completa Chebabo. 

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Vale destacar que, no país, os últimos casos de cólera foram identificados entre os anos de 2004 e 2005, no estado de Pernambuco. Foram 26 infecções na época.

OMS e vacina da cólera

Com a aprovação da versão simplificada da vacina contra a cólera, a expectativa é que um maior número de imunizantes chegue ao mercado ainda este ano. Em 2023, foram produzidas 38 milhões de doses. Em 2024, já contabilizando a medida, são esperadas 50 milhões de doses.

“A aprovação deste novo produto não poderia ter ocorrido num momento mais importante, dado o aumento agudo dos surtos de cólera que estamos a assistir em todo o mundo”, afirma Derrick Sim, da Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi), em nota.

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Fonte: Unicef e Agência Brasil