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Deltacron: estudo confirma variante híbrida pela 1ª vez

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Março de 2022 às 10h22

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  Abdelrahman_El-masry/Envato
Abdelrahman_El-masry/Envato

Pela primeira vez uma equipe de cientistas confirmou a existência de uma nova variante do vírus da covid-19: a Deltacron. Esta cepa combina as variantes Ômicron (B.1.1.529 ou BA.1) e Delta (B.1.671.2). Segundo os pesquisadores franceses, já foram confirmados casos na Europa e nos Estados Unidos.

Publicado na plataforma medRxiv, o preprint — estudo ainda não revisado por pares — sobre a Deltacron foi desenvolvido por cientistas da IHU Méditerranée Infection em Marselha, na França. O grupo investigou amostras do vírus, identificadas em diferentes regiões do país. Em seguida, o sequenciamento genético confirmou que se tratava de uma nova variante.

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Além da França, casos foram, oficialmente, confirmados na Dinamarca, Holanda, EUA e Reino Unido. No entanto, um banco internacional de dados sobre as variantes incluiu as primeiras amostras da nova variante ainda em janeiro deste ano, o que significa que a disseminação pode ser maior que a oficial.

Vale lembrar que a espécie de fusão entre as variantes do vírus da covid-19 foi descoberta, inicialmente, por pesquisadores do Chipre, na região leste do Mediterrâneo. Na época, amostras da Deltacron foram identificadas por membros da Universidade do Chipre, mas suspeitava-se que poderia ser um erro de laboratório.

Como surgiu a Deltacron?

De acordo com o estudo francês, a Deltacron teria surgido a partir de um processo chamado de recombinação. Na ocasião, duas variantes do coronavírus SARS-CoV-2 — a Delta e Ômicron — infectaram um único paciente de forma simultânea. Durante o processo de reprodução viral, trocaram parte do material genético e se criou uma nova cepa, como sugerem os pesquisadores.

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"A análise estrutural do pico recombinante [do coronavírus] sugeriu que o seu conteúdo híbrido poderia otimizar a ligação viral à membrana da célula hospedeira", apontam, de forma preliminar, os autores franceses. A proteína spike (S) — que permite que o vírus entre nas células hospedeiras — deriva da Ômicron, o que indica, teoricamente, uma boa capacidade de transmissão.

A Deltacron "é semelhante aos [casos] relatados de outros 15 pacientes amostrados em janeiro de 2022 na Europa", afirmam os pesquisadores sobre os estudos anteriores que já sugeriram a recombinação das variantes.

OMS investiga situação da nova variante

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“Sabemos que eventos recombinantes podem ocorrer, em humanos ou animais, com múltiplas variantes circulantes do SARS-CoV-2”, escreveu Soumya Swaminathan, cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), nas redes sociais. No entanto, ela alertou que é necessário "esperar por experimentos para determinar as propriedades desse vírus".

"Estamos cientes disso, é uma combinação das variantes Delta e Ômicron. Foi detectada na França, na Holanda e na Dinamarca. Isso era algo esperado dado que há uma intensa circulação dessas variantes", afirma a diretora técnica da OMS, Maria Van Kerkhove, durante coletiva de imprensa na última semana.

Até o momento, a OMS não classificou a Deltacron como uma Variante de Preocupação (VOC, na sigla em inglês) ou uma Variante de Interesse (VOI).

Fonte: MedRxiv e LiveScience