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O que são ondas theta e por que te ajudam a dormir?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Março de 2023 às 18h05

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Rawpixel/Envato
Rawpixel/Envato

Enquanto dormimos ou estamos acordados, nosso cérebro não para — ele está, o tempo todo, gerando atividade elétrica para fazer as conexões neuronais e suas funções fisiológicas. Os pulsos elétricos utilizados para a comunicação dos neurônios são chamados de atividade de ondas cerebrais, e a ciência conhece 5 delas, cada uma com uma função e uma frequência diferente. Entre elas, estão as ondas theta.

Das ondas cerebrais mais rápidas às mais lentas, as chamamos de Gama, Beta, Alfa, Theta e Delta. No caso das ondas theta, elas surgem quando estamos dormindo ou sonhando, mas nunca durante as fases mais profundas do sono — isso quer dizer que sua prevalência é quando estamos prestes a adormecer, ou na suspensão mais leve do sono, logo antes de acordar.

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Elas também podem surgir durante a vigília, mas só quando estamos em um estado mental bastante relaxado, com a mente no "piloto automático". Caso muitas ondas theta surjam durante o período, no entanto, podemos nos sentir um pouco lentos ou dispersos. Acredita-se que elas sejam importantes para o processamento de informações e constituição da memória, e alguns estudos já as ligaram a diferentes tipos de aprendizado.

Conhecendo as ondas cerebrais

Ondas cerebrais são medidas através de eletroencefalograma (EEG), registradas em ciclos por segundo, ou Hertz (Hz). Ondas theta estão entre as mais lentas, indo de 4 a 8 Hz. É natural que os ciclos tenham frequências diferentes, a depender do que estamos fazendo, mas eles podem ser perturbados pelo estresse, por remédios ou pela falta de sono de qualidade.

As ondas gama, que constituem as mais rápidas do espectro, podem chegar a 100 Hz ou mais, surgindo quando estamos muito focados, totalmente imersos na solução de um problema, por exemplo. O cérebro as produz no pico da concentração humana. Logo abaixo, temos as ondas beta, entre 12 e 38 Hz, que surgem na vigília, em estado de alerta e de engajamento. Elas são divididas entre as ondas beta altas, quando estamos imersos em pensamentos complexos, e beta baixas, quando refletimos ou remoemos algo.

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Já as ondas alfa surgem em momentos mais relaxados, quando não estamos pensando muito, indo de 8 a 12 Hz, bem no meio do espectro de ondas cerebrais. Pulando as ondas theta, já explicadas previamente, temos as ondas delta, entre 0,5 e 4 Hz, que também surgem quando estamos dormindo, mas apenas em sono profundo e restaurador.

Podemos nos beneficiar das ondas theta?

Com esse conhecimento em mãos, você pode estar se perguntando: podemos manipular as ondas cerebrais para o benefício humano? Ainda estamos descobrindo muito sobre as frequências cerebrais, mas já temos algumas pistas. Em estudo de 2017, com 4 voluntários usando implantes sem fio, os pesquisadores concluíram que as ondas theta surgem mais quando estamos explorando locais desconhecidos, com picos de atividade quando nos movemos mais rápido.

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No mesmo ano, outra pesquisa notou a atividade theta durante um tipo específico de aprendizado, ao qual não temos acesso consciente, como quando aprendemos a andar de bicicleta — essa categoria é chamada aprendizado implícito. Um dos usos sugeridos pelos médicos é na detecção do Alzheimer, que poderia ser medido ao notar distúrbios nas ondas theta. No futuro, poderemos fazer uso desses conhecimentos para ajudar na formação de memórias, no aprendizado e no combate à ansiedade.

Por fim, há usos possíveis dos sons binaurais. Eles são produzidos quando tocamos ruídos de frequências diferentes em cada saída de um fone de ouvido, por exemplo, com o lado direito tocando em uma frequência maior do que o esquerdo. A ideia é que o cérebro tente ajustar a audição a essa diferença e acaba criando um tom separado, baseado na diferença entre as duas frequências. Acredita-se que isso possa ajudar a relaxar e até mesmo a dormir melhor, atingindo um estado meditativo.

Fonte: TJU, Neuron 12Current Biology, Basic Clin. Neuroscience, Frontiers