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O que é medicina Ayurveda? É cientificamente comprovada?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Julho de 2021 às 09h30

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Hans Vivek/Unsplash
Hans Vivek/Unsplash

Ayurveda. Esse nome complicado diz respeito a uma forma de medicina alternativa milenar, situada na Índia e no Paquistão. Seu nome significa "ciência da vida" em sânscrito, e a atividade se concentra na harmonia entre a mente, o corpo e a alma. Prática milenar, a Ayurveda se baseia na experiência e na observação.

Essa forma de medicina alternativa aposta em boa alimentação, terapias (cromoterapia, aromaterapia, meditação), plantas medicinais (chás, xaropes e cápsulas), massagens, purificações e ioga. A Ayurveda olha com atenção para as energias e o equilíbrio entre elas, e identifica e mede essas energias a partir de 5 elementos: terra, fogo, água, ar e éter. 

A história da Ayurveda vem de 3 mil a.C. Os praticantes na Índia passam por um treinamento institucionalizado reconhecido pelo estado.

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Doshas

Essa forma de medicina acredita nos doshas, um termo que se refere aos nossos humores biológicos, substâncias que permeiam nosso corpo. No total, existem 3 doshas, e eles se manifestam a partir da combinação de 2 dos 5 elementos base da Medicina Ayurvédica:

Pitta (fogo e água)

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As pessoas com a predominância desses elementos têm tamanho mediano, metabolismo acelerado e sentem muita sede. Tendem a ser ativos e críticos. Pitta se caracteriza pelo que é quente, líquido, azedo e oleoso.

Vata (espaço e ar)

Já as pessoas de Vata são magras, com pouca musculatura, longilíneas e friorentas. Costumam ser ágeis, entusiasmadas, comunicativas e indecisas. Vata reúne qualidades como seco, leve, frio, móvel, áspero e claro.

Kapha (terra e água)

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A última combinação diz respeito a uma estrutura física forte e larga, com tendência a ganhar peso. Pessoas desse tipo são estáveis, lentas, pacientes e mais preguiçosas. Kapha é pesado, suave, oleoso e adocicado.

Ayurveda é cientificamente comprovada?

Em 2017, o Ministério da Saúde incluiu a Ayurveda no Sistema Único de Saúde (SUS), nas Práticas Integrativas e Complementares, ao lado de outras terapias. Em contrapartida, o Conselho Federal de Medicina (CFM) já se manifestou contra essa incorporação e afirma que nenhum médico está autorizado a prescrever as terapias.

Em 2018, em discordância, o CFM chegou a apontar: “Tais práticas alternativas não apresentam resultados e eficácia comprovados cientificamente. A decisão de incorporação dessas práticas na rede pública ignora prioridades na alocação de recursos no SUS. A prescrição e o uso de procedimentos e terapêuticas alternativos, sem reconhecimento científico, são proibidos aos médicos brasileiros, conforme previsto no Código de Ética Médica e em diferentes normas aprovadas pelo Plenário desta autarquia”.

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Já em 2020,  um estudo explorou a situação real relacionada à prática da Ayurveda, ao uso de medicamentos, à aplicação de terapias e aos dravyas (ingredientes) individuais. O relatório trouxe alguns dados científicos relacionados à forma de medicina, e você pode conferir o estudo completo aqui

"Em muitas plantas, podem-se ver resultados de estudos clínicos em humanos. É claro que ainda podem existir lacunas nos dados para um determinado efeito ou benefício que se está procurando. A Índia é uma das poucas nações que possui tal conhecimento tradicional documentado e evidências de história de uso.  A generalização de que faltam evidências para a Ayurveda precisa ser repensada", aponta o estudo.

Ciência vs crenças

A metodologia científica moderna se preocupa com hipóteses que podem ser testadas, comparadas e medidas, para então serem discutidas até se chegar a uma conclusão. A Ayurveda tem uma essência muito mais esotérica e mística, como você pode perceber pela abordagem dos doshas. Trabalhar com equilíbrio energético e relacionar isso com sintomas e sinais de doenças é ainda mais difícil em questões de testes científicos, por isso ainda não há consenso sobre comprovação da prática fora da Índia. Quem acredita, prefere optar pela medicina alternativa da maneira em que ela sempre foi feita.

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Partindo do princípio empírico e de observação, temos um ponto positivo para a prática. Porém, científica e biologicamente, ainda não há comprovação de eficácia do método indiano para a cura. Talvez seja por isso que a medicina ayurvédica não evoluiu tanto quanto a medicina moderna nos últimos 100 anos — desde que os estudos controlados por placebo se popularizaram na literatura científica.

Fonte: Johns Hopkins Medicine, NIH, UFFIZI Saúde, Science Direct