O que é doença de lyme? Saiba se tem cura e se é comum em carrapatos no Brasil
Por João Melo • Editado por Melissa Cruz Cossetti |

Transmitida pela picada de carrapatos, a doença de Lyme se popularizou entre o público geral devido à infecção de celebridades como Justin Bieber, Justin Timberlake e Avril Lavigne.
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Relatada pela primeira vez em 1975, na cidade de Lyme — no estado de Connecticut, Estados Unidos —, a doença infecciosa é provocada pela bactéria Borrelia burgdorferi. Ela é transmitida pela picada de carrapatos hematófagos (que se alimentam de sangue) do gênero Ixodes.
O caminho do micro-organismo no corpo humano começa no momento da picada, quando a bactéria penetra na pele, alcança a corrente sanguínea e passa a se espalhar pelo organismo.
Variante brasileira
Com os primeiros casos diagnosticados em 1992 no Brasil, a variante brasileira da doença é conhecida como doença de Lyme símile brasileira ou síndrome de Baggio-Yoshinari.
No território nacional, o principal vetor identificado é o carrapato-estrela, da espécie Amblyomma cajennense.
Sintomas da doença de Lyme
Os sintomas da doença de Lyme variam de acordo com o estágio da infecção. O sinal mais comum na fase inicial é uma reação inflamatória no local da picada, caracterizada por uma mancha avermelhada que não coça, não dói e se expande lentamente. Essa lesão é chamada de eritema migratório (EM).
O eritema apresenta anéis concêntricos avermelhados ao redor da mancha central, conferindo à lesão a aparência de um alvo.
Na segunda fase da doença, a bactéria circula pela corrente sanguínea e pode causar sintomas como:
- Cansaço;
- Febre;
- Calafrios;
- Rigidez no pescoço;
- Dores nas costas, nos músculos, nas articulações e na garganta;
- Manchas vermelhas em outras partes do corpo;
- Náuseas e vômitos.
Uma terceira fase — que pode durar meses ou até anos — pode surgir caso o tratamento não seja realizado nas fases iniciais. Nesse estágio, há risco de complicações graves, especialmente de ordem dermatológica, neurológica e reumatológica.
Prevenção e tratamento
Como a transmissão ocorre por meio de carrapatos, a principal forma de prevenção envolve evitar locais onde esses aracnídeos possam estar presentes — como florestas, regiões com vegetação densa e áreas com presença de animais que podem abrigá-los.
Nessas situações, é recomendado o uso de calças compridas, roupas de manga longa e repelentes específicos contra carrapatos.
Caso a infecção ocorra mesmo com as medidas preventivas, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes, assim que houver o diagnóstico.
O tratamento envolve o uso de antibióticos, que podem ser administrados por via oral ou intravenosa, dependendo da gravidade do quadro. A duração do tratamento costuma ser prolongada, a fim de garantir a eliminação da bactéria e reduzir o risco de complicações associadas à doença.
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Fonte: Pfizer; Drauzio Varella; Johns Hopkins Medicine; BBC