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Novos estudos sobre origem do vírus da covid descartam vazamento de laboratório

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Março de 2022 às 12h27

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kjpargeter/Freepik
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Passados mais de dois anos da descoberta do coronavírus SARS-CoV-2, pesquisadores ainda discutem e investigam quais as origens do agente infeccioso. No momento, a principal hipótese é de que o vírus da covid-19 é uma zoonose, ou seja, uma doença causada por um patógeno que se originou em animais, mas pulou para os humanos. Esta versão descarta a possibilidade do vazamento do vírus de um laboratório.

Nas últimas semanas, três novos preprints — estudos científicos que ainda não passaram por revisão de outros pares — foram publicados. Em comum, todos buscavam a origem do vírus da covid-19 e também concluíam que a origem da pandemia foi o mercado chinês, localizado na cidade de Wuahan. Mais especificamente, o Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan.

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No entanto, ainda não foi possível identificar o primeiro animal contaminado que teria transmitido o coronavírus para os humanos. Nesse sentido, as pesquisas ainda devem continuar. Do outro lado, alguns cientistas ainda questionam a possibilidade do vírus ter infectado humanos a partir de um caso de vazamento do Instituto de Virologia de Wuhan, localizado na mesma cidade do mercado.

Estudos sobre a origem do coronavírus

Publicado na plataforma Zenodo, o primeiro preprint foi desenvolvido por uma equipe internacional de pesquisadores, como membros da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. O objetivo do estudo era rastrear o local de origem dos primeiros casos confirmados da covid-19 em Wuhan. Segundo os autores, as evidências coletadas sugerem que o Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan em Wuhan foi o local de origem da pandemia da covid-19".

Disponível na mesma plataforma, um segundo preprint conta com pesquisadores que participaram dos dois estudos, como o cientista Michael Worobey, da Universidade do Arizona, nos EUA. Nesta pesquisa, o foco era analisar as primeiras linhagens conhecidas do vírus, a A e a B. Segundo o grupo, foram pelo menos dois eventos que permitiram a transmissão do coronavírus de animais para os humanos, ou seja, não existiu um único caso de transmissão entre animal e humano.

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"A primeira transmissão zoonótica provavelmente envolveu vírus da linhagem B e ocorreu no final de novembro/início de dezembro de 2019 e não antes do início de novembro de 2019, enquanto a introdução da linhagem A provavelmente ocorreu semanas após o primeiro evento. Essas descobertas definem a estreita janela entre quando o SARS-CoV-2 saltou pela primeira vez para os humanos e quando os primeiros casos da covid-19 foram relatados", detalham os autores.

Além disso, o grupo explica: "Assim como o SARS-CoV-1 em 2002 e 2003, o surgimento do SARS-CoV-2 provavelmente resultou de vários eventos zoonóticos".

Mais evidências do mercado de Wuhan sobre a covid

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Agora, o terceiro estudo foi disponibilizado na plataforma Research Square e foi desenvolvido por pesquisadores do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), da China. Na pesquisa, foram analisadas 1,3 mil amostras coletadas no mercado de Wuhan no início de 2020.

"Por RT-qPCR específico para o SARS-CoV-2, 73 amostras ambientais deram positivo para SARS-CoV -2 e três vírus vivos foram isolados com sucesso", explicam os autores do estudo. Inclusive, os vírus detectados no ambiente têm alta semelhança genética com aqueles que foram identificados nos primeiros casos da covid-19.

"Em resumo, este estudo forneceu evidências convincentes da prevalência de SARS-CoV-2 no Mercado de Frutos do Mar de Huanan durante o estágio inicial do surto da covid-19", pontuam. No entanto, "nenhum vírus foi detectado nos esfregaços de animais que abrangem 18 espécies de animais no mercado".

A conclusão deles reforça a necessidade dos estudos continuarem para que seja possível identificar a espécie contaminada que transmitiu o coronavírus aos primeiros humanos. Como os testes não foram feitos imediatamente após os casos da misteriosa pneumonia — como a covid-19 era chamada, quando nem se conhecia o vírus —, há chance dos animais contaminados terem sido vendidos. Afinal, os primeiros casos são do final de 2019.

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Em outras palavras, pesquisadores devem percorrer um longo caminho ainda até que seja possível concluir as origens do coronavírus. Por enquanto, as evidências apontam que o vírus afetava, inicialmente, morcegos e foi transmitido para uma segunda espécie de animal. Em seguida, teria saltado para os humanos.

Fonte: Research Square e Zenodo (1) e (2)