Novo mapa do cérebro pode ajudar contra ataques de pânico
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Na última quinta-feira (4), cientistas do Salk Institute for Biological Studies desenvolveram um mapa do cérebro que pode ajudar a compreender melhor os ataques de pânico. Trata-se de um circuito que envolve neurônios especializados relacionados a um neuropeptídeo para enviar mensagens relacionadas às respostas ao estresse.
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As descobertas do estudo sugerem que esse neuropeptídeo e seus neurônios receptores podem ser alvos potenciais para tratamentos de transtorno do pânico. A inibição da sinalização desse neuropeptídeo pode reduzir os sintomas.
Os cientistas contam, em comunicado, que antes pensavam que a amígdala — conhecida como o centro do medo do cérebro — era a principal responsável, mas viram que mesmo as pessoas que têm danos na amígdala ainda podem sofrer ataques de pânico, por isso precisavam procurar outro lugar.
Esse circuito cerebral recém-descoberto fica fora da amígdala e, conforme apontam os pesquisadores, pode inspirar novos tratamentos para transtorno de pânico que diferem dos medicamentos atuais disponíveis (normalmente concentrados no sistema de serotonina do cérebro).
Para começar a esboçar um mapa cerebral do transtorno do pânico, os pesquisadores examinaram uma parte chamada núcleo parabraquial lateral, localizada em uma pequena área responsável por controlar a respiração, a frequência cardíaca e a temperatura corporal — todos fatores ligados a sintomas desencadeados por ataques de pânico.
No estudo, o grupo percebeu que, durante um ataque de pânico, os neurônios que expressam esse neuropeptídeo foram ativados, liberaram para outra parte do cérebro chamada rafe dorsal e produziram sintomas comportamentais e físicos associados ao pânico.
Por enquanto, os estudos foram conduzidos apenas em camundongos, mas a equipe quer explorar esse neuropeptídeo como alvo de possíveis medicamentos para o transtorno do pânico.
O que são ataques de pânico
Os ataques de pânico consistem, como aponta o Ministério da Saúde, em "crises de ansiedade repentina e intensa com forte sensação de medo ou mal-estar, acompanhadas de sintomas físicos". As crises podem ocorrer em qualquer lugar ou momento e costumam durar de 15 a 30 minutos.
O Ministério reitera que os ataques de pânico "acarretam intenso sofrimento psíquico com modificações importantes de comportamento devido ao medo da ocorrência de novos ataques" e acontece por conta da região central do cérebro responsável pelo controle das emoções e da liberação de adrenalina (hormônio que faz com que o organismo se prepare para fugir ou lutar diante de um perigo).
Fonte: Neuroscience, Ministério da Saúde