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Novembro Azul: mitos e verdades sobre o câncer próstata

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Novembro de 2021 às 09h25

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Twenty20photos/Envato Elements
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Com a pandemia da covid-19, inúmeras consultas, exames e tratamentos foram adiados, principalmente nos momentos de ocupação crítica dos hospitais por conta dos pacientes do coronavírus SARS-CoV-2. Agora, o momento é de retomada, o que faz com que este Novembro Azul ganhe ainda mais importância na luta contra o câncer de próstata.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens. Em 2020, foram diagnosticados quase 66 mil casos desse tipo de câncer no Brasil, com cerca de 16 mil mortes.

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Vale explicar que a próstata é uma pequena glândula situada abaixo da bexiga, existente apenas nos homens. No organismo, a glândula é responsável pela produção da maior parte do sêmen. Quanto ao câncer, os tumores na próstata tendem a evoluir de forma lenta e assintomática.

Para ajudar a desmistificar o tabu que é falar do câncer de próstata, médico e urologista do Hospital Santa Catarina - Paulista, Reinaldo Uemoto, explicou seis e mitos ou verdades sobre a doença, que é combatida no Novembro Azul.

1. É possível ter câncer de próstata antes dos 40 anos?

VERDADE. Embora seja extremamente raro, o câncer de próstata pode afetar homens com menos de 40 anos, explica o urologista Uemoto. No entanto, esta não é a regra. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 75% dos casos anuais ocorrem a partir dos 65 anos. Além disso, os índices de mortalidade também são mais elevados entre os mais velhos. Menos de 10% dos casos incidem em pacientes abaixo dos 50 anos.

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Só que consultas preventivas são recomendadas para os homens na faixa etária dos 40 anos em algumas circunstâncias, onde o risco é aumentado. Por exemplo, quando há antecedentes familiares com o câncer de próstata ou ainda para indivíduos que apresentem sintomas específicos, como dificuldade de urinar ou um aumento significativo no número de idas ao banheiro.

2. A vasectomia causa câncer de próstata?

MITO. A vasectomia — procedimento cirúrgico que interrompe a circulação dos espermatozoides e, dessa forma, impede o homem de ter filhos — já foi taxada como vilã no aumento da ocorrência de câncer de próstata, após um estudo publicado em 2010. No entanto, outras evidências científicos e estudos posteriores derrubaram essa hipótese.

Para Uemoto, homens vasectomizados devem tomar exatamente os mesmos cuidados que os homens que não realizaram o procedimento. Dessa forma, a prevenção inclui manter um estilo de vida saudável, evitando a obesidade e o tabagismo. Além disso, é importante realizar exames e consultas médicas de rotina. Vale lembrar que o exame de toque retal é recomendado, geralmente, para pacientes acima dos 50 anos.

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3. A atividade sexual aumenta o risco de câncer de próstata?

MITO. Em estudos preliminares, foi observado que homens que ejaculam com mais frequência apresentam um risco menor de desenvolver câncer de próstata, o que chega a ser o oposto do senso comum. Os motivos que explicam essa relação ainda não foram descobertos pela ciência, mas a liberação da ocitocina — também conhecida como o hormônio do prazer — pode ser uma das explicações.

Por outro lado, comportamentos sexuais de risco, como relações sexuais sem o uso de preservativos, tornam o homem mais vulnerável para as doenças sexualmente transmissíveis (DST). Estas podem causar inúmeras complicações ao longo da vida do indivíduo, inclusive aumentar os riscos de alguns tipos de câncer.

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4. O câncer de próstata causa diminuição da virilidade?

MITO. Na verdade, o câncer de próstata não causa a diminuição da potência sexual ou a esterilidade em ninguém, mas os tratamentos para a cura ou o controle da doença podem causar essas complicações. Dependendo do caso, hormonioterapia, quimioterapia, radioterapia e alguns procedimentos cirúrgicos podem levar à disfunção erétil ou à infertilidade, afirma o urologista.

No entanto, esses tratamentos são comuns a diversos tumores e são necessários para a recuperação do paciente. A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após a discussão dos riscos e dos benefícios entre o médico e o paciente.

5. O aumento da próstata é um sinal de câncer?

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MITO. Depois dos 45 anos, mais de 90% dos homens apresentam algum grau de aumento da próstata. Esta condição é conhecida como hiperplasia prostática benigna. Por outro lado, esse crescimento pode causar dificuldades para urinar — como uma redução de fluxo do jato urinário — ou urgência miccional — como acordar no meio da noite para urinar. É possível que haja confusão nos sintomas.

Só que o médico explica que o aumento da próstata, no entanto, não tem nenhuma relação com o câncer de próstata. Isso porque este tipo de câncer tem evolução silenciosa na fase inicial. É na fase avançada que os sintomas aparecem de forma mais evidente e podem incluir cansaço generalizado e dores ósseas.

6. A retirada da próstata deixa o homem impotente?

EM PARTE. Segundo o urologista Uemoto, não é toda retirada da próstata que pode levar a impotência. De forma geral, existem dois tipos de doença prostática que podem evoluir para um tratamento cirúrgico:

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  • Hiperplasia prostática benigna (HPB): esta pode necessitar de cirurgia, se o tratamento clínico não for bem-sucedido. Nesse caso, a cirurgia remove apenas o núcleo da próstata que está levando a obstrução da uretra, e essa operação não acarreta em problemas de ereção;
  • Câncer de próstata: em caso de diagnóstico de câncer, a remoção total da glândula pode ser indicada. Por sua vez, isso pode levar à diminuição da ereção em até 25% dos casos. Nos últimos anos, esse inconveniente foi minimizado com a introdução da cirurgia robótica, que possibilita uma melhor preservação do feixe neurovascular da próstata.

Com todas essas questões envolvendo a saúde masculina, é importante que o tema do câncer de próstata não seja um tabu, nem que impeça os homens de buscarem a ajuda adequada por medo. Independente de qualquer suspeita de câncer, o médico ressalta que o acompanhamento de um urologista é recomendado para todas as idades e pode trazer inúmeros benefícios para o paciente.

Fonte: Com informações: Inca