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Seu trabalho gera risco de causar câncer? Cheque agora neste material do Inca!

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Maio de 2021 às 18h25

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Colin Behrens/Pixabay
Colin Behrens/Pixabay

Para o ano de 2021, o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) estima que 625 mil diagnósticos de câncer sejam realizados no Brasil. Do total, uma parcela destes tumores pode ter relação com fatores de riscos ambientais, como o ambiente de trabalho, além de fatores genéticos. Neste sentido, o Inca publicou uma lista de agentes cancerígenos que podem ser relacionados ao trabalho e deve auxiliar os profissionais de saúde na identificação de novos casos da doença. 

Os principais cânceres relacionados ao trabalho são os de pulmão, bexiga e, mais recentemente, linfomas, e câncer de pele (não melanoma), explica a epidemiologista Ubirani Otero, chefe da Área Técnica Ambiente, Trabalho e Câncer do Inca. Para servir de exemplo, o câncer de pulmão pode ser relacionado à exposição ao amianto.

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Na pesquisa, o instituto chegou a mapear 38 partes do corpo que podem desenvolver o câncer em decorrência da exposição contínua de agentes cancerígenos no ambiente de trabalho. Caso boas medidas de proteção não sejam adotadas, poeira de madeira, gases de escapamento de motores a diesel, poeira de couro e determinados agrotóxicos podem se enquadrar na classificação, por exemplo.

A prevenção desses cânceres relacionados ao ambiente do trabalho começa pelo ato de divulgar “ao máximo” as informações e orientações para os trabalhadores sobre onde estão esses agentes que oferecem maior risco, defende Otero. “Esses produtos poderiam ser substituídos por outros que oferecem menor risco à saúde”, complementa.

Câncer x Riscos do ambiente de trabalho

De acordo com dados levantados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% do total de casos de câncer podem ser atribuídos ao ambiente como um todo, incluindo o ambiente do trabalho. Este dado demonstra que os potenciais agentes cancerígenos podem representar um risco maior, estaticamente, do que fatores genéticos ou hereditários.

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Além disso, são considerados como fatores de risco ambientais: hábitos de consumo e comportamento; e o ambiente social, o que inclui alimentação, uso de medicamentos, tabagismo, consumo de álcool, sedentarismo e obesidade.

Os cânceres atribuídos a fatores ocupacionais variam de 5% a 8%, no entanto, o aparecimento de determinados tipos de tumores pode ter uma relação maior — como o câncer de pulmão, que tem uma taxa estimada entre 20% e 21%. Pensando nesses casos diagnosticados em homens, o Inca calcula que 20% desses tumores poderiam ter sido evitados caso não houvesse exposição ocupacional a um grande número de agentes presentes nos ambientes de trabalho, como amianto, metais, sílica, radônio e produtos da exaustão de motores a diesel.

Inciativas para a proteção dos trabalhadores

Na última terça-feira (27), o Inca acordoou uma parceria com o Ministério Público do Trabalho para o desenvolvimento de ações, estudos e projetos conjuntos em prol do meio ambiente e da saúde dos trabalhadores, visando reduzir o contato com agentes conhecidamente cancerígenos. Segundo Otero, o acordo deve evoluir para um projeto nacional de vigilância do câncer relacionado ao trabalho e ao ambiente.

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“Nesse acordo, a gente pretende intensificar as orientações para os profissionais de saúde, para peritos do INSS, os próprios procuradores da República, ajudando a identificarem os agentes cancerígenos, os tipos de câncer atrelados a esses agentes, para que a gente possa estabelecer medidas, começando pela melhoria da notificação desses casos”, completa a epidemiologista.

A publicação completa, elaborada pelos pesquisadores do Inca e disponibilizada de forma gratuita, pode ser acessada aqui. Lá, todos os agentes causadores e todos os tipos de câncer relacionados ao ambiente de trabalho estão listados em uma tabela.

Fonte: Agência Brasil