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Evolução humana! Nova artéria é descoberta na nossa anatomia

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Agosto de 2021 às 17h30

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Girl with red hat/Unsplash
Girl with red hat/Unsplash

A evolução humana não costuma ser um fenômeno espetacular e nem marcada por grandes transformações, o que é muito comum em textos que especulam sobre o futuro da espécie. Será que nosso cérebro diminuirá daqui a 600 anos? Os cabelos ainda existirão no futuro da humanidade? Na verdade, a maioria das mudanças costuma ser bastante sutil e, por isso, elas demoram para serem notadas. Este é o caso de uma artéria que começa a ser mais comum nos humanos.

Desde o século XVIII, algumas pessoas observavam esta nova artéria, chamada de mediana, mas era bastante rara. No entanto, essa característica tem se tornado mais comum, de acordo com estudo australiano. Em outras palavras, alguns humanos já possuem três artérias nos braços e está tudo bem.

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Daqui a algumas gerações, a terceira artéria deve ser ainda mais comum. Isso é somente mais uma prova de como a evolução pode ser imprevisível e, aparentemente, sem uma lógica compreensível. Pelo menos é o que demonstra o estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Flinders e da Universidade de Adelaide, ambos centros de pesquisa localizados na Austrália.

Nova artéria é observada em mais humanos

"Desde o século XVIII, os anatomistas têm estudado a prevalência desta artéria em adultos e nosso estudo mostra que ela está, claramente, aumentando", explica o anatomista da Universidade de Flinders, Teghan Lucas.

Inclusive, o seu aparecimento não é totalmente inédito. Isso porque, no início da gestação, a artéria mediana acompanha o nervo mediano — responsável por conectar o cérebro aos antebraços e às mãos do bebê. Nesse estágio do desenvolvimento, ela transporta sangue pelo centro dos braços para alimentar as mãos em crescimento.

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Só que ela regride, por volta do oitavo mês da gestação. Neste momento, outros dois vasos (mais conhecidos) prevalecem: a artéria radial — esta é usada para medir o pulso —; e a ulnar. No entanto, ainda no útero, algumas pessoas ganham essas duas e permanecem com a mais antiga. Esta condição é chamada de persistência da artéria mediana.

"A prevalência [da persistência da artéria mediana] era de cerca de 10% nas pessoas nascidas em meados da década de 1880, em comparação com 30% nas nascidas no final do século XX, de modo que é um aumento significativo em um período bastante curto de tempo, quando se trata de evolução", comenta Lucas.

Estudo sobre a artéria mediana

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Para comparar a prevalência da artéria mediana em adultos, a equipe de pesquisadores examinou 80 cadáveres. Vale ressaltar que todos os corpos foram doados por australianos e tinham ascendência europeia. Além disso, quase todos nasceram na primeira metade do século XX. Isso significa que a tendência pode ser ainda mais forte entre a geração Alpha — aqueles nascidos nos anos 2010.

Segundo os autores, o fato de a artéria parecer três vezes mais comum em adultos hoje do que era há mais de um século é uma descoberta surpreendente. Isso sugere que a seleção natural está favorecendo aqueles que mantêm essa terceira artéria em funcionamento, agora, resta descobrir o motivo.

É um ganho para a espécie humana?

Sobre as interpretações da prevalência da artéria mediana, é possível especular que ela faz aumentar o fluxo sanguíneo para os antebraços e os dedos, melhorando o funcionamento de ambos. No entanto, tê-la também aumenta os riscos de desenvolvimento da síndrome do túnel do carpo, uma condição desconfortável que reduz a capacidade de uso das mãos e afeta, especialmente, quem realiza atividades repetitivas, como digitar no teclado.

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"Se essa tendência continuar, a maioria das pessoas terá a artéria mediana do antebraço em 2100", prevê Lucas. Por menores que sejam as diferenças, esta pequena mudança microevolutiva deve se somar a variações em grande escala e poderão redefinir a espécie humana como é conhecida hoje.

Para acessar o artigo completo, publicada na revista científica Journal of Anatomy, clique aqui.

Fonte: Science Alert