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Nosso metabolismo desacelera bem depois do que imaginávamos, revela estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 16 de Agosto de 2021 às 15h40

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O envelhecimento ainda é algo ameaçador à sociedade, e é frequentemente relacionado ao surgimento de doenças e fragilidade. Parte desse achismo é justificável, mas nem sempre esse processo natural precisa causar medo. Prova disso é um novo estudo relacionado ao que acontece com nosso metabolismo quando nos tornamos idosos.

De acordo com um dos autores da pesquisa, Herman Pontzer, professor da Universidade Duke, na Carolina do Norte, de fato acontecem diversas alterações físicas no nosso organismo quando crescemos e nos tornamos mais velhos, como a puberdade e a menopausa, por exemplo, mas uma alteração significativa no nosso metabolismo não acontece no momento em que acreditávamos.

Pontzer e sua equipe analisaram a média de calorias queimadas de mais de 6,6 mil pessoas, em 29 países, com idades entre uma semana de vida e 95 anos, com base em suas rotinas diárias. Os cientistas pontuam que, anteriormente, as pesquisas em grande escala mediam somente a energia do corpo na realização de funções vitais básicas, como respiração, digestão e bombeamento do sangue.

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Esses dados, no entanto, são equivalentes a somente 50% a 70% das calorias que são queimadas diariamente, deixando de lado o processo de atividades diárias, como ir à academia, passear com o cachorro e, até mesmo, fazer uma faxina. Então, para chegar em números mais precisos, os cientistas realizaram um método que envolve beber uma água com o hidrogênio e oxigênio das moléculas substituídos por isótopos desses elementos que podem ser avaliados na urina.

A técnica é classificada como padrão ouro na medição do gasto diário de energia durante uma rotina comum desde a década de 1980, mas conta com algumas limitações em relação a custos e tamanho das amostras. Por isso, diversos laboratórios decidiram compartilhar seus dados e reunir informações em um só banco de dados para tentar realizar novas descobertas.

Respostas

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Os pesquisadores, então, conseguiram novas informações com base na junção dos dados e a análise dos gastos de energia ao longo da vida. Eles descobriram que o pico da função do metabolismo não acontece na adolescência e no início dos 20 anos de vida, mas sim quando ainda somos bebês. A necessidade de energia, segundo o estudo, dispara durante os primeiros 12 meses de existência. Quando os bebês chegam ao primeiro ano de vida, queimam suas calorias 50% mais rápido do que um adulto.

Um dos motivos para isso acontecer é que os bebês, durante esse período, triplicam de peso. "É claro que eles estão crescendo, mas mesmo controlando isso, seus gastos de energia estão decolando muito mais que o esperado para o tamanho e composição corporal", conta o pesquisador, dizendo que algo acontece nas células de um bebê para que ele se torne mais ativo, mas ainda não sabemos o quê.

Depois do pico de metabolismo na infância, de acordo com o estudo, passamos por uma desaceleração de cerca de 3% até os 20 anos de idade. Na adolescência, ainda que seja um período de surtos de crescimento, os cientistas não observaram um aumento nas necessidades calóricas, mesmo considerando o tamanho e o volume do corpo.

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Já na meia-idade, os pesquisadores descobriram que não há uma queda no metabolismo como se acreditava. Inclusive, os gastos de energia durante os 20, 30, 40 e 50 anos são os mais estáveis, e mesmo durante a gravidez as necessidades calóricas não se tornaram maiores ou menores do que o esperado. Os dados analisados pelo estudo dizem ainda que a desaceleração do metabolismo humano começa a acontecer somente na casa dos 60 anos, quando então passa a reduzir de forma gradual: apenas 0,7% ao ano. Uma pessoa com 90 anos ou mais precisa de 26% calorias a menos do que alguém na meia-idade.

Parte da queda, segundo o estudo, se deve à perda de massa muscular que acontece durante o envelhecimento, pois o músculo queima mais calorias do que gordura. Esses padrões se mantêm mesmo considerando diferentes níveis de esforço físico. "Tudo isso aponta para a conclusão de que o metabolismo do tecido, o trabalho que as células estão fazendo, está mudando ao longo da vida de formas em que não analisamos completamente antes. Você realmente precisa de um grande conjunto de dados como esse para responder a essas questões", explica Pontzer.

O estudo está disponível para consulta na revista científica Science

 

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Fonte: Futurity, Duke University