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Nível elevado de gordura no sangue é mais perigoso do que se pensava, diz estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Abril de 2022 às 08h30

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Maxxyustas/Envato Elements
Maxxyustas/Envato Elements

Pesquisadores britânicos descobriram que níveis elevados de gordura no sangue são ainda mais prejudiciais do que se sabia, principalmente para pessoas com doenças metabólicas, como diabetes tipo 2 e obesidade. Quando a gordura entra em contato com determinadas células, ela pode desencadear um efeito cascata e impacta a atividade do organismo.

Publicado na revista científica Nature Communications, o estudo sobre os riscos de excesso de gordura no sangue foi liderado por pesquisadores da Universidade de Leeds e da Universidade de Cambridge, ambas no Reino Unido.

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Vale explicar que o aumento da gordura no sangue já era conhecido por danificar tecidos e órgãos. Além disso, já se sabia que este fator pode contribuir para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas no paciente. No entanto, a dimensão dos efeitos da gordura no sangue ainda era desconhecida, segundo os autores.

Por que alta concentração de gordura faz mal?

De acordo com os pesquisadores, em pacientes com doenças metabólicas, os níveis elevados de gordura no sangue são responsáveis por estressar, de forma constante, as células musculares do organismo. Estressadas, elas emitem um sinal que pode ser transmitido para outras células. Estes sinais são conhecidos como ceramidas.

Inicialmente, os sinais são benéficos para o corpo. Afinal, reduzem o estressa de célula. Contudo, em pacientes com doenças metabólicas, os mesmos sinais são emitidos constantemente e o tempo todo. Nessas condições, eles podem matar as células que eram saudáveis e, com isso, tornam os sintomas da doença mais graves.

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Como descobriram o efeito negativo?

Inicialmente, os pesquisadores realizaram testes in vitro (em laboratório) para compreender os efeitos nocivos da gordura no sangue. Para isso, a equipe replicou os níveis de gordura observados em humanos com doenças metabólicas e liberou esse composto em um ambiente com células do tecido muscular. Após o contato, as células começaram a emitir sinais que controlam o estresse celular.

Em seguida, um conjunto de células que não passou pelo experimento foi agrupado com as que foram expostas a uma alta concentração de gordura. Segundo os pesquisadores, os dois "tipos" de células se comunicavam e sinais para controlar o estresse eram enviados entre elas, dentro de pacotes (vesículas extracelulares). Em outras palavras, o contato inicial afetou todas as células do grupo, independendo da exposição.

Por fim, o experimento foi replicado em voluntários humanos com doenças metabólicas. De acordo com os autores, os resultados foram comparáveis. Agora, o impacto da descoberta deve ser melhor explorado em estudos futuros e, um dia, poderá ajudar no controle dos efeitos nocivos das doenças metabólicas.

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“Esta pesquisa nos dá uma nova perspectiva sobre como o estresse se desenvolve nas células de indivíduos com obesidade e fornece novos caminhos a serem considerados ao procurar desenvolver novos tratamentos para doenças metabólicas", completa Lee Roberts, um dos autores do estudo e professor da Universidade de Leeds, em comunicado.

Fonte: Nature Communications e EurekAlert