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Nutrigenômica: entenda como a comida pode "reprogramar" seus genes

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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DC_Studio/envato
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Sabia que a comida pode "reprogramar" seus genes? Nutrigenômica é o nome da ciência que estuda justamente essa interação entre os alimentos e o genoma — toda a informação hereditária de um organismo que está codificada em seu DNA.

Estudos anteriores já constataram, por exemplo, que o que separa a abelha operária de uma abelha rainha é a alimentação: a geleia real é uma substância cujos nutrientes podem desbloquear as instruções genéticas necessárias ao desenvolvimento da anatomia e da fisiologia de uma abelha rainha, sustentando sua capacidade reprodutiva. Fora isso, a genética é a mesma.

Segundo a bióloga molecular Monica Dus, da Universidade de Michigan, os alimentos contêm macronutrientes como carboidratos, proteínas e gorduras, e micronutrientes, como vitaminas e minerais. Esses compostos podem acionar interruptores genéticos que residem no genoma.

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Para se ter uma noção, subprodutos do aminoácido metionina, presente em carnes e peixes, são conhecidos por influenciar os seletores genéticos que são importantes para o crescimento e divisão celular. Enquanto isso, a vitamina C é capaz de proteger o genoma do dano oxidativo e promover a função de vias celulares que podem reparar o genoma, se danificado.

A área ainda é relativamente nova e vem descobrindo detalhes dia após dia. No entanto, os estudos já afirmaram que a depender do tipo de informação nutricional, dos controles genéticos ativados e da célula que os recebe, essa interação entre os alimentos pode influenciar no bem-estar, no risco de doenças e até na expectativa de vida.

E o mais surpreendente de tudo é que os estudos chegaram a constatar que a alimentação pode impactar a genética ao longo de gerações. Isso quer dizer, na prática, que o que a sua avó comia pode ter influenciado a atividade dos interruptores genéticos e o risco de doenças a que se sujeita o seu organismo.

Fonte: Trends in Biochemical Sciences, The American Journal of Clinical Nutrition via The Conversation