Publicidade

Mpox volta a ser emergência global de saúde pública, com surtos na África

Por  |  • 

Compartilhe:
Institute of Allergy and Infectious Diseases/Unsplash
Institute of Allergy and Infectious Diseases/Unsplash

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África) declarou, na terça-feira (13), que o surto da mpox (anteriormente, chamada de varíola dos macacos) configura uma emergência de saúde pública. A medida foi tomada após a explosão de casos na República Democrática do Congo, que se espalha para países vizinhos. Ainda faltam vacinas no continente. Nesta quarta (14), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a doença é Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), dando um passo além na classificação de risco. Anúncio do tipo foi feito em 2022.

“Este não é apenas mais um desafio. É uma crise que exige nossa ação coletiva”, afirmou Jean Kaseya, diretor-geral do CDC África, em nota sobre a mpox. Para combater o aumento de casos do vírus mpox no continente africano, é preciso ampliar a testagem e distribuir vacinas.

Até o momento, não existem campanhas de vacinação, como ocorreu em outros países durante a última crise internacional da doença, entre 2022 e 2023. A vacina de mRNA (RNA mensageiro), em fase de testes, da farmacêutica Moderna é uma das alternativas aguardadas.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Surto de mpox na África

Mesmo com a baixa testagem, já foram confirmados 2,8 mil casos da mpox no continente africano, incluindo 517 mortes, em 2024. Os casos suspeitos ultrapassam os 17 mil. 

A maioria dos casos do vírus mpox estão associados ao Congo, mas outros 12 países já registraram casos da infecção que causa lesões na pele, como Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda.

"A África está há muito tempo na linha de frente na luta contra doenças infecciosas, frequentemente com recursos limitados. A batalha contra a mpox exige uma resposta global. Precisamos do apoio, experiência e solidariedade [das outras nações]”, pontuou Kaseya.

Embora esta seja uma crise de saúde pública, o diretor-geral do CDC África explicou que "não há necessidade de restrições de viagem neste momento”.

OMS cria comitê de emergência

Acompanhando a situação da África em relação à mpox, a OMS convocou um comitê de emergência para avaliar o cenário internacional, onde irá discutir o risco global de uma pandemia e a necessidade de medidas de ação internacionais.  Após o encontro de especialistas, a organização emitiu o mais alto título de alerta para a doença infecciosa. 

"A OMS está comprometida em coordenar a resposta global nos próximos dias e semanas, trabalhando em estreita colaboração com cada um dos países afetados e alavancando nossa presença local para prevenir a transmissão, tratar os infectados e salvar vidas", reforçou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

Continua após a publicidade

E o Brasil na crise da mpox?

No momento, as autoridades de saúde brasileiras consideram que o cenário nacional está sob controle, mesmo que não deva ser ignorado. Segundo o Ministério da Saúde, são notificadas entre 40 a 50 novas infecções da mpox por mês. O maior registro neste ano foi em janeiro, com mais de 170 notificações. 

“Sem absolutamente menosprezar os riscos dessa nova epidemia, o risco de pandemia e tudo o mais, o que trago do Brasil não é ainda um cenário que nos faça temer um aumento muito abrupto no número de casos”, comentou Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, segundo a Agência Brasil.

Continua após a publicidade

Por aqui, as vacinas também não são distribuídas (foram apenas no momento de crise no ano passado). Enquanto isso, a disponibilização de testes rápidos poderiam facilitar a identificação.

Fonte: CDC África, Agência Brasil