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Morcegos usam técnicas de death metal para interagir

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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José Ignacio García Zajaczkowski/Unsplash
José Ignacio García Zajaczkowski/Unsplash

Os animais frequentemente surpreendem a comunidade científica com suas técnicas, e um estudo publicado na PLOS Biology ressaltou essa característica em morcegos: a utilização de recursos que remetem ao death metal. Na prática, eles investem em estruturas distintas na laringe para produzir chamadas de ecolocalização de alta frequência e chamadas sociais de baixa frequência.

Conforme explica o estudo, os morcegos ecolocalizadores têm um alcance vocal extremamente grande de 7 oitavas, em comparação com apenas 3 a 4 oitavas para a maioria dos mamíferos, incluindo humanos. Suas chamadas de ecolocalização variam entre 1 e 120 quilohertz, tornando-os únicos entre os mamíferos.

Para entender como diferentes estruturas vocais permitem que os morcegos criem uma gama tão ampla de chamados, os pesquisadores extraíram a laringe de cinco morcegos adultos da espécie Myotis daubentonii e aplicaram um fluxo de ar para imitar a vocalização natural. Eles então usaram inteligência artificial para reconstruir o movimento das membranas vocais.

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Eles descobriram que a pressão do ar gerava vibrações na membrana vocal em frequências entre 10 e 70 quilohertz, suficientes para produzir chamadas de ecolocalização de alta frequência. Em contraste, espessas dobras de membrana logo acima das cordas vocais, chamadas “pregas ventriculares”, vibravam em frequências entre 1 e 3 quilohertz.

Essas pregas estão envolvidas na produção das chamadas sociais de baixa frequência dos animais, e conforme indicam os autores do estudo, alguns humanos também usam essas mesmas pregas ventriculares para produzir vocalizações de baixa frequência, como grunhidos de death metal.

Os pesquisadores afirmam que a seleção natural criou pressões evolutivas distintas que expandiram o alcance vocal dos morcegos.

Fonte: PLOS Biology via EurekAlert!