Molnupiravir: remédio usado contra covid oferece risco para grávidas
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 14 de Dezembro de 2021 às 17h30
O remédio molnupiravir — desenvolvido pela farmacêutica norte-americana MSD, também conhecida como Merck — tem sido uma das apostas contra a covid-19: já foi aprovado no Reino Unido e aguarda aprovação nos EUA, onde já tem o voto favorável da FDA (Food and Drug Administration, órgão análogo à nossa Anvisa). No entanto, um estudo publicado na revista científica The Journal of Infectious Diseases aponta que a medicação pode oferecer riscos para grávidas.
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Segundo os pesquisadores, o remédio pode afetar as células do feto, causando defeitos congênitos (anomalias físicas que ocorrem antes do bebê nascer). A própria FDA já manifestou essa preocupação durante uma reunião pública que aconteceu no último mês de novembro.
Quando o molnupiravir é processado no corpo, cria compostos que se assemelham ao material genético do coronavírus. No entanto, o mesmo composto que faz isso também pode se assemelhar aos nucleotídeos do DNA, e a medicina teme que isso possa interferir diretamente no DNA do próprio paciente (o que pode causar câncer, por exemplo) ou do feto ainda em desenvolvimento.
Riscos do molnupiravir na gravidez
Os pesquisadores fizeram experimentos em ratas grávidas, e notaram que o medicamento poderia causar não apenas anormalidades de desenvolvimento como até mesmo a morte do bebê. Na Grã-Bretanha, as autoridades de saúde orientaram que o remédio não deve ser administrado a gestantes ou lactantes. Outra recomendação é que as mulheres devem tomar anticoncepcional durante o tratamento com molnupiravir.
Vale dizer que alguns especialistas recomendam inclusive que esse medicamento não seja administrado em crianças, adolescentes ou qualquer pessoa cujas células ainda estejam se desenvolvendo.
Fonte: The Journal of Infectious Diseases, Clinical Trials via The New York Times